Não
durou 24 horas. No dia 28 de setembro, o ministro das Cidades,
Olívio Dutra, anunciou que recomendaria ao Congresso
e a órgãos de trânsito a proibição
de mototáxis, pois um terço dos 30 mil mortos
anualmente no trânsito foi vítima de acidente
com participação de moto. Voltou atrás
no dia seguinte, diante da reação de uma modalidade
de transporte que, apesar de não ter sido regulamentada
em nível nacional, emprega cerca de 400 mil pessoas
em 500 cidades, segundo a Associação Nacional
dos Mototaxistas.
O governo percebeu o tamanho do vespeiro onde tinha metido
a mão no dia 30. Milhares de mototaxistas foram às
ruas em capitais (Campo Grande e Fortaleza) e no interior
paulista – Araçatuba, São José
do Rio Preto, e Catanduva – para protestar contra Olívio.
A mobilização, segundo o próprio PT,
partido do ministro, teve reflexos nas eleições
para prefeito. Em Araçatuba, a petista Edna Flor, uma
das favoritas nas pesquisas, foi derrotada por uma diferença
de menos de 5 mil votos (4% do total do eleitorado).
“Não foi a única coisa que influenciou,
mas contribuiu muito para a nossa derrota”, disse o
presidente do diretório do PT, Paulo César da
Silva, à reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
Em Araçatuba, de 170 mil habitantes, a atividade é
regulamentada por lei municipal e emprega 2 mil motociclistas.
O número de interessados em garantir renda de pelo
menos R$ 700,00 mensais é tão grande que a cidade
tem a 16.ª frota de motos do País, com 27.091
unidades, conforme o Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran).
A relação é de uma moto para cada 6,2
habitantes, a mesma de Itália e Cingapura, países
com a maior frota per capita do mundo. Cerca de 700 motos
são vendidas por mês na cidade e há 11mil
pessoas esperando em consórcios, diz Antônio
Carlos Rondon Júnior, da Sperta Motos, revendedor campeão
da Honda no Estado.
As informações são
do jornal O Estado de S. Paulo.
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