João
Batista Jr.
Uma parceria entre o setor privado e o terceiro setor promete
melhorar a segurança em bairros violentos da cidade
de São Paulo com uma fórmula interessante: aumentar
o espaço de convivência das comunidades. Procurado
pela seguradora Sul América, o Instituto Sou da Paz
desenvolveu o projeto Praças da Paz, o qual vai intervir
em bairros carentes propondo a criação de áreas
de lazer e participação da população
em locais até então abandonados.
Os distritos que ganharão praças
são Jardim Ângela (Zona Sul), Brasilânida
(Zona Norte) e Lajeado (Zona Leste). A escolha dos bairros
deve-se ao fato de terem as piores avaliações
no Índice de Vulnerabilidade Infantil. De acordo com
o Seade, as três áreas pertencem ao Grupo 5 (mais
de 65 pontos), o mais alto, de acordo com o ranking elaborado
pela instituição.
“Toda intervenção
é bem-vinda”, diz Denis Mizne, diretor executivo
do Instituto Sou da Paz. “A abertura de uma unidade
das Casas Bahia no Jardim Ângela, por exemplo, ajudou
a acelerar o ciclo de desenvolvimento econômico da área".
Para ele, as Praças da Paz também têm
o poder transformador.
Antes de o projeto ser implantado,
será realizada uma pesquisa com a comunidade local
para detectar as maiores necessidades de lazer e as modalidades
de esporte que devem ser priorizadas no espaço a ser
constrúido. “Serão eles quem irá
decidir se haverá pista de skate ou quadra de futebol.”
“Hoje os locais onde se instalarão
as praças são tratados como espaço de
ninguém, com abandono por parte do poder público
e das comunidades. As pessoas têm medo de passar por
eles quando voltam do trabalho e os espaços são
propícios para o tráfico de droga”, avalia
Mizne.
Propósito
Com experiências bem-sucedidas no combate à violência,
o diretor do Instituto Sou da Paz acredita que a praça
deva transformar os bairros positivamente. “A partir
de uma referência física, tem-se um movimento
que se expande para outros setores. O projeto é uma
nova maneira de construir uma sociedade que saia da lógica
de se esconder para ganhar o espaço para os cidadãos”.
A praça do Lajeado terá 2.275 m2; a do Jardim
Ângela, 3.000 m2; e a da Brasilândia, 6.500 m2.
O valor dos três projetos é de R$ 2,5 mi.
A proposta do projeto prevê
quatro estágios de execução: implantação,
desenvolvimento e consolidação da gestão
participativa, suporte aos grupos mobilizados e monitoramento.
Depois dos quatro anos previstos para a conclusão de
todas as etapas, o trabalho do Instituto Sou da Paz e da Sul
América se encerra. “A garantia do sucesso está
na maneira como se faz a intervenção. Se a comunidade
se apropria, o lugar se torna seguro”.
Veja
imagens do projeto da Praças da Paz:
Brasilândia
hoje
Projeto
para Brasilândia 1
Projeto
para Brasilândia 2
Lajeado
hoje
Projeto
para Lajeado
Meninas ajudam no combate da violência
da Redação
Um dos atrativos que as Praças
da Paz irão oferecer serão atividades voltadas
para meninas e adolescentes. Isso porque o Instituto Sou da
Paz detectou que a presença das garotas faz com que
melhore o comportamento dos jovens do sexo masculino.
Essa mudança de postura reflete
diretamente na queda da violência, já que a população
jovem é o principal alvo de assassinatos e brigas de
rua. Segundo o IBGE, 70% das vítimas de homicídios
(27/100 mil habitantes por ano) são brasileiros com
idade compreendida entre 15 e os 29 anos.
Diminuir a violência é
o principal objetivo do Movimento Sou da Paz que completa
dez anos amanhã, justamente em um período que
a cidade de São Paulo comemora os primeiros índices
de redução
da criminalidade.
Sou
da Paz completa 10 anos
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