João
Batista Jr.
Com o propósito de estimular a leitura e diminuir o
analfabetismo funcional, o Instituto Brasil Leitor (IBL) montou
em setembro de 2004 a primeira biblioteca dentro de uma estação
de metrô paulistana. “Passamos três anos
estudando a medida” conta Willian Nacked – presidente
da IBL. Até então, os projetos da instituição
eram menos ambiciosos, instalando stands de livros em ruas
até movimentadas, mas sem a capacidade de atingir um
público grande – como os milhões de usuários
do metrô.
“Por meio de um estudo que fizemos,
soubemos do alto nível de respeito que as pessoas têm
pelo metrô”. Com isso, Nacked conta que sentiu
segurança em captar recursos para abrir a primeira
biblioteca na estação Paraíso.
“Quando eu vi o espaço
da biblioteca no Paraíso fui logo ver como era o regulamento
para participar”, conta Suzete Piloto Monteiro. Moradora
do bairro Conceição, Suzete trabalha como comerciante
nas proximidades da estação São Joaquim.
“O bom é que a gente pode ficar 10 dias com cada
livro, com a possibilidade de renovar duas vezes”. O
trajeto casa-trabalho-casa, conta ela, é sempre feito
com os olhos grudados nas páginas de algum livro.
“Eu amo leitura, já li
mais de 120 obras da biblioteca do Paraíso”,
diz entusiasmada. “Se não fosse a biblioteca,
não teria condições de comprar todos
esses livros”. Suzete tem apenas uma reclamação:
quer mais velocidade na atualização da lista
dos livros novos. “Como sempre chega livro, eles não
têm tempo de atualizar a lista”, queixa-se. “Aí
fica difícil de encontrar as obras novas”.
Expansão
Além da estação paraíso, o a IBL
já implantou bibliotecas na estação Tatuapé
(em 2005) e Luz (em 2006). “E no fim de novembro iremos
inaugura a quarta na estação Largo Treze”,
revela Nacked. As cidades do Rio de Janeiro e Recife também
contam com bibliotecas em estações de metrô.
“Queria poder abrir mais de
uma biblioteca por ano”, informa Nacked. “O que
motiva é o fato de não enfrentarmos problemas
de não devolução”. Segundo o diretor
da IBL, apenas 2,1% dos usuários de São Paulo
não devolveram os livros emprestados. “Mas muitos
desses casos estão ligados às obras infantis;
as mães têm medo de devolver porque os filhos
rabiscaram as páginas”. Já a cidade do
Rio de Janeiro registra melhores índices: nenhuma pessoas
deixou de devolver o livro emprestado.
O público cadastrado nas três
bibliotecas de São paulo é de 21 mil sócios,
sendo que 67,3% são mulheres. Ao total, 11 mil livros
estão distribuídos nas três unidades paulistas.
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