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O número
de crianças e adolescentes morando nas ruas de São
Paulo diminuiu 40% nos últimos dois anos, conforme
dados da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento
Social. Em 2005, cerca de 1.030 crianças dormiam em
praças, ruas e sob viadutos da capital, hoje são
600. 'Os resultados têm sido bons, mas estamos longe
da situação ideal', disse o secretário
da pasta, Floriano Pesaro.
O secretário afirma que foram
retirados 1.100 crianças e adolescentes que trabalhavam
nos faróis da cidade. Ainda restam 1.900. 'O desafio
é conscientizar a população a não
dar esmola', disse. De outubro de 2005 a abril de 2007, a
secretaria atendeu 10.301 crianças e adolescentes.
Desse total, 1.399 foram devolvidos às suas famílias,
972 foram levados para abrigos e 524 retornaram aos seus municípios
de origem.
A coordenadora-geral do Projeto Travessia,
Lúcia Pinheiro, que atua há 11 anos no centro,
confirma que o número de moradores de rua diminuiu
em toda a cidade. Porém, houve uma concentração
na região central. 'Pelos nossos dados históricos
130 crianças e adolescentes viviam nessa área.
Hoje, são 190. Ainda estamos analisando o que proporcionou
essa situação', declarou.
Para atender esse público,
177 agentes da rede de proteção social passaram
por um curso de capacitação de 5 de fevereiro
a 30 de maio. O objetivo é criar uma metodologia única
para ser aplicada em toda a capital. 'As crianças de
rua não têm só problemas com drogas, têm
problemas familiares e muitos outros que precisam ser vistos
conjuntamente. É isso que tentamos passar: uma visão
ampla', afirmou a coordenadora de ensino do Projeto Quixote,
Graziela Bedoian.
Durante o curso, os agentes
adquiriram conhecimentos básicos sobre drogas, traçaram
o perfil das pessoas atendidas e discutiram o papel do educador.
'O agente também tem que ser cuidado, pois a situação
que enfrenta muitas vezes causa indignação',
explicou Graziela.
Camilla Rigi
O Estado de S.Paulo
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