Dezenas
de milhares de imigrantes, especialmente bolivianos, vivem
em situações de semi-escravidão em indústrias
paulistanas. Técnicos da Secretaria Municipal da Saúde
foram informados, na última segunda-feira, sobre um
surto de tuberculose em trabalhadores de oficinas têxteis,
grande parte clandestinas. São lugares sem ventilação
que facilitam a transmissão de doenças. "Legalmente,
não se pode falar de trabalho escravo, mas as condições
a que são submetidos esses trabalhadores são
semelhantes às dos escravos”, diz o padre Roque,
da Pastoral do Imigrante.
Os imigrantes ilegais ganham R$ 0,40 por peça de roupa
fabricada, dinheiro que mal dá para pagar as dívidas.
Para trabalhar no Brasil, essas pessoas ganham a passagem
e, depois, um espaço com máquinas.
Segundo o padre Roque, a solução para o problema
é a anistia, pois esses trabalhadores são ilegais
e muitos não tem para onde ir. Para ele, a polícia
mais atrapalha que ajuda. "Os filhos, por não
conseguirem freqüentar normalmente a escola pública,
viram mão-de-obra barata. Alguns, sem opção,
se entregam ao tráfico de drogas.”
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