29/06/2007
Carta da semana
A REVOLUÇÃO de QUE O BRASIL PRECISA: ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL
“A educação
verdadeira traz consigo um dinamismo que não admite
fórmulas definitivas - pelo contrário, pressupõe
uma constante e incisiva busca de novos métodos, novos
conhecimentos, novos tempos, de maneira a atender a demanda
histórica do momento em que se vive e com um olhar
vigilante no porvir.
Estamos assistindo à decadência pela qual passa
a educação pública em nosso país.
As condições das escolas estão precárias,
e os salários dos educadores, indecentes. Não
podemos, portanto, ficar de braços cruzados e nos omitir
nesta questão de crucial importância para alavancar
o desenvolvimento social e econômico de qualquer nação.
Todos sabemos que as grandes nações emergiram
somente depois que priorizaram e organizaram seu sistema educacional.
Assim podemos dizer que qualquer gasto
com a educação é pouco para uma nação,
principalmente enquanto não se consegue inseri-la no
Primeiro Mundo. É por essas e por outras razões
que temos total convicção de que a maior obra
social que um governante pode fazer pelo Brasil é a
implementação da escola em tempo integral.
Para consubstanciar esse ideal, recorremos
aos dois maiores expoentes e defensores do tema em pauta:
Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro.
“Somente
escolas destinadas a fornecer informações ou
certos limitados treinamentos mecânicos podem ainda
admitir o serem de tempo parcial” (Anísio Teixeira).
***
“Ora é
sabido que a escola de turnos é uma perversão
brasileira, que não existe no mundo civilizado. Por
toda a parte, considera-se que só uma escola de tempo
integral, para alunos e professores, dá garantia de
uma escolaridade proveitosa a crianças oriundas de
famílias que não estudaram. E elas constituem,
entre nós, a imensa maioria Por conseguinte, o retrocesso
às escolas de turno só é explicável
por sectarismo ou ignorância”.(Darcy Ribeiro)
Alguns aspectos que norteiam a escola em tempo integral:
Proporciona momentos para reforço escolar em um ambiente
mais liberto das amarras da escola tradicional, onde prevalece
a liberdade de expressão em atividades esportivas,
artísticas, de recreação e de cidadania.
Com a sua implantação,
a violência, que grassa por todo o país, será
reduzida, no mínimo, em 50%, o que aumenta a perspectiva
de vida sadia e segura para todos, pois a criança e
o jovem, principalmente das famílias mais pobres, que
não têm acesso a outros afazeres por razões
econômicas, vão para a escola durante meio período
e no outro ficam à mercê de marginais.
É uma medida econômica.
Num primeiro momento, pode parecer que provocará aumento
de gastos, mas a despesa para manter criminosos sob a guarda
do Estado é infinitamente maior do que se gastará
com o jovem na escola.
É o “Fome Zero”.
A grande maioria das pessoas atendidas pelo programa do governo
federal está na idade escolar (crianças, adolescentes
e jovens). Portanto, boa parte dos recursos que as famílias
recebem pode ser direcionada à escola de tempo integral,
pois esses alunos se alimentarão na escola.
A escola pode ser auto-sustentável.
Com a implantação de hortas comunitárias,
confecção de material esportivo (ambos podem
ser para consumo interno e comercialização),
artesanato etc.
É mais emprego. A implantação
da escola em tempo integral propiciaria mais vagas de trabalho.
E não seria mero empreguismo, visto que a tarefa que
se tem pela frente no Brasil é gigantesca e merecedora
dos maiores esforços.
Conclamamos a todos, principalmente
aos verdadeiros educadores, àqueles que acreditam numa
escola transformadora e labutam por ela, a que façamos
da educação escolar em tempo integral nossa
bandeira. Esse é, antes e acima de tudo, um ato de
amor ao Brasil!”
Geraldo Miguel de Souza, professor
– Belo Horizonte (MG) -
ladomiguel@yahoo.com.br
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