Para estimular os professores, a
cidade de Sobral, no Ceará, está oferecendo um bônus condicionado
ao desempenho dos alunos. É daquelas idéias que deveriam se
disseminar por todo o país --e rapidamente-- para melhorar
o nível de cidadania via melhoria da educação.
Além do estímulo em dinheiro, há todo um programa da capacitação,
de supervisão e de produção de materiais didáticos. Não é,
portanto, apenas um truque, mas parte de um projeto. O professor
passa a ser sócio do sucesso dos alunos. Os melhores profissionais
são recompensados e os medíocres ou desmotivados, punidos.
É mais um incentivo para o esforço, atingindo a visão tenebrosa
de que todos no serviço público, independentemente do que
façam, merecem o mesmo rendimento. Sobral mostra que esse
tipo de estímulo funciona: tanto que, na cidade, 92% das crianças
da primeira série do ensino fundamental já sabem ler e escrever.
É muito mais do que a cidade de São Paulo, muito mais rica
do que Sobral e onde o problema do absenteísmo dos professores
não pára de crescer.
Não recompensar quem se esforça e não punir os incompetentes
é a chave para entender a desmotivação crônica do serviço
público.
É a junção dessas pequenas grandes idéias, espalhadas por
muito municípios, que vai mexer de fato nos indicadores sociais
brasileiros.
Coluna originalmente publicada na
Folha de S.Paulo, na editoria Pensata.
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