2007
entra para a história como o ano em que descobrimos
o pior de nossos apagões: o apagão dos trabalhadores.
É uma terrível e maravilhosa descoberta. Maravilhosa
porque, ao contrário dos anos de baixa, os empresários
precisam encontrar mão-de-obra qualificada e remunerá-la
melhor. Terrível porque mostra um das maiores incompetência
brasileiras: ser um país de alto desemprego, mas incapaz
de preencher vagas.
Vimos, em detalhe, como o capital humano significa mais empregos
e renda, ou seja, menos miséria, e como pagamos um
preço alto pelo descuido com a formação
dos brasileiros. Todos perceberam, com clareza, que, se quisermos
crescer, teremos de ser mais sérios com a educação
pública.
A nota positiva é que nunca se falou tanto do apagão
de professores para o ensino médio. E também
nunca se falou da necessidade de ampliar cursos técnicos.
A rapidez com que enfrentaremos essas carências será
a melhor medida da seriedade de todo um país com seus
cidadãos.
Até os mais tapados já estão percebendo
que a falta de mentes é tão grave como a falta
de energia.
Coluna originalmente publicada
na Folha Online.
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