O maior orgulho
dos paulistanos deveria ser a redução da taxa
de assassinatos em 72% desde 1999. Neste mês, aliás,
comemorou-se uma sexta-feira sem nenhum homicídio -
fala-se até que, por questões de minutos, teria
ocorrido um caso, embora contabilizado no sábado. É
apenas um detalhe.
Ainda não podemos nos considerar civilizados, pois
a violência continua alta. Mas seria uma asneira não
ver nessa estatística uma luz num país que colocou
a segurança como seu principal problema, acima do desemprego.
O fato é que essa redução de assassinatos
coloca a cidade no patamar de Nova York e Bogotá, dois
exemplos mundialmente estudados de enfrentamento da violência.
Juntou-se maior eficiência policial com articulação
comunitária, enfim, repressão com educação,
poder público com sociedade civil. Lembrem que, na
cidade, foi lançada a campanha pelo desarmamento, muitos
bairros fizeram mutirões pela paz, empresários
bancaram programas para estimular as denúncias de crimes,
melhorou a ação assistencial na periferia, disseminou-se
o ensino médio, a abertura de escolas nos fins de semana,
projetos de redução da gravidez precoce e as
mais variadas ações de responsabilidade social,
muitas delas tocadas por anônimos voluntários
ou empresas.
Pode-se discutir qual dos fatores pesou mais. Ninguém
poderá negar que essa é uma vitória não
de um partido nem de um governo, mas de toda a comunidade
-uma das maiores conquistas em toda a história de uma
cidade.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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