Os fabricantes e os importadores
têm de dar fim a um pneu velho para cada unidade nova
vendida no Brasil. A reciclagem é a única saída
para cumprir a resolução, que entrou em vigor
este ano. E há muitas opções de reaproveitar
esse material.
Pneus velhos que não podem
mais rodar são jogados em terrenos vazios ou em depósitos
de lixo. Um pneu pode levar mais de 500 anos para se fazer
na natureza.
“E serve de abrigo para mosquitos,
ratos e organismos transmissores de doença. Se ele
for queimado gera gases tóxicos que trazem problemas
para a saúde”, alertou o coordenador de Controle
de Qualidade Ambiental do Ibama Márcio Freitas.
Por ano, são colocados no mercado
mais de 65 milhões de pneus novos. O último
levantamento da indústria de pneus revela que só
20%, cerca de 13 milhões, são reaproveitados.
O desafio para 2004 e conseguir reutilizar 100%.
“Aqueles que fabricam ou aqueles
importam têm de se tornar responsáveis pelo seu
lixo final”, disse a secretaria de Qualidade Ambiental
do Ministério do Meio Ambiente Marijane Lisboa.
As empresas precisam encontrar uma
solução que não prejudique a natureza.
Hoje existem várias técnicas de reaproveitamento
de pneus dentro da própria indústria. Um depósito
em Brasília já mandou mais de 500 toneladas
de pneus velhos para usinas de cimento.
Os pneus picados servem como combustível
para os fornos das usinas. Em várias cidades que sofre
com enchentes, eles canalizam a água das chuvas e formam
muros de proteção. A borracha dos pneus também
pode virar chinelos, tapetes de carros ou matéria-prima
para a fabricação de asfalto utilizado nas estradas.
A tecnologia é bem conhecida
no exterior e começa a ser usado no Brasil. Cada quilômetro
consome em média mil pneus. Em São Paulo, uma
concessionária pavimentou 93 quilômetros de rodovias
com o chamada asfalto borracha e gostou do resultado.
“Apesar do valor inicial ainda
estar da ordem de 25% a 30% mais caro, a longo prazo esse
investimento compensa porque esperamos um aumento de 50% na
vida útil do pavimento com asfalto borracha”,
avaliou o diretor de Operações e Engenharia
da Intervias Roberto de Barros Calixto.
O asfalto-borracha, feito a
partir da reciclagem de pneus velhos, é usado nos Estados
Unidos há mais de 40 anos. No Brasil, no entanto, apenas
algumas empresas privadas e prefeituras usam essa técnica.
As informações são
do site Globo.com.
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