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promessa
04/02/2005
Lula quer se reaproximar de movimentos sociais

BRASÍLIA. Preocupado com as críticas dos movimentos sociais ao governo durante o Fórum Social Mundial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou um grupo de ministros para um jantar na Granja do Torto, anteontem, para fazer uma avaliação da participação do governo no encontro de Porto Alegre. Embora o presidente, que foi vaiado no Fórum, tenha considerado positiva sua passagem pelo evento, a avaliação comum foi que ficou claro que há um distanciamento, de fato, das bases sociais que sempre estiveram no ou ao lado do PT. A estratégia agora do governo e do partido é aprofundar o diálogo com os movimentos sociais e entidades civis.

Convenção
O PT pretende se reaproximar dos setores dissidentes. O presidente do partido, José Genoino, que esteve ontem no Planalto, disse que em maio haverá uma convenção com os petistas que atuam em movimentos sociais.

"Nesse ponto, governo e partido têm o mesmo interesse. Aprofundar o relacionamento com os movimentos sociais. Dialogar e mostrar que taticamente governo e movimento podem atuar de forma diferente, mas que o objetivo final é o mesmo. Em maio, o PT vai fazer uma conferência nacional com os movimentos sociais", disse Genoino.

No jantar, alguns ministros ressaltaram também as críticas de personalidades internacionais à condução e aos rumos do governo petista, como as do escritor português José Saramago. Incomodaram o presidente os ataques sobre a suposta guinada à direita do governo do PT e o fato de até mesmo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ter sido criticada por ambientalistas no Fórum Social.

Explicação
Como em outras reuniões, Lula reiterou anteontem que o governo precisa explicar melhor os seus programas, principalmente as ações sociais e os bons resultados que têm sido conquistados. Participaram do jantar, entre outros, os ministros que estiveram no Fórum e os assessores César Alvarez e Marco Aurélio Garcia.

Lula quis saber de cada ministro o que fora apresentado no Fórum e as avaliações. Em conseqüência da reunião, o ministro das Cidades, Olívio Dutra, determinou ontem que cada secretário de sua pasta faça um relatório da participação no Fórum.

Apesar do discurso de que críticas fazem parte da democracia, o governo ficou incomodado com a repercussão das vaias a Lula. Na avaliação do Planalto e dos ministros, os aplausos foram em maior número que as vaias, “retratadas de forma exagerada pela imprensa”. O próprio Lula já tinha comentado com assessores que achava que a repercussão fora exagerada.

Proteção
Apesar das vaias, os ministros avaliaram que a proteção em torno do presidente em seu discurso no Fórum funcionou. Além de uma reunião com os organizadores do Fórum na véspera, foi preparada no dia uma claque de apoio ao presidente, com pessoas vestindo camisetas escritas “100% Lula” e gritando palavras de apoio, na tentativa de abafar as vaias.


CRISTIANE JUNGBLUT
EVANDRO ÉBOLI
do jornal O Globo

   
 
 
 

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