BRASÍLIA.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública vai
matricular 800 policiais militares, civis, federais e rodoviários
federais em cursos de pós-graduação em
segurança pública este ano. O edital para a
seleção das universidades deverá ler
lançado no próximo mês. O projeto, orçado
em R$ 3,5 milhões, faz parte do esforço do Ministério
da Justiça de formar gestores em segurança pública
e suprir uma antiga carência de mão-de-obra qualificada
neste setor.
Incentivo
Com esses cursos, o ministério prepara a criação
da Rede Nacional de Especialização em Segurança
Pública, um conjunto de iniciativas voltadas para o
incentivo da produção e difusão de pesquisas
sobre criminalidade. A primeira experiência de formação
de gestores em segurança pública teve início
ano passado. Em 2004, a título de estímulo,
o governo comprou as monografias produzidas por policiais
em cursos de segurança pública na Universidade
Federal Fluminense e na Universidade Federal do Rio Grande
do Sul.
A partir de agora, a Secretaria de Segurança vai patrocinar
integralmente os cursos, que terão duração
de dez a 12 meses. A secretaria distribuirá as vagas
conforme o contingente das polícias em cada estado.
O maior número de vagas deve ficar com as polícias
militares, corporações mais numerosas. Os policiais
interessados na especialização terão
que se inscrever nos cursos e fazer os testes de seleção,
de acordo com os critérios de cada faculdade.
Exigência
Como são cursos de pós-graduação,
só serão permitidas as inscrições
de policiais que já tenham curso superior completo.
O governo está preocupado porque quer policiais de
todo o país matriculados, mas já sabe que no
Norte e no Nordeste não há muitos policiais
com curso superior.
O Ministério da Justiça também deve
fazer convênios para estimular o intercâmbio entre
universidades brasileiras e estrangeiras na área da
segurança. O primeiro acordo deverá ser firmado
entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade
de Madri.
JAILTON DE CARVALHO
do jornal O Globo
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