Boa
parte dos problemas brasileiros tem raiz na ausência
de políticas voltadas para parcelas menos favorecidas
da população, principalmente os negros e indígenas,
afirmou o representante-residente do PNUD no Brasil, Carlos
Lopes, ao comentar o Relatório de Desenvolvimento Humano
2004.
"É possível afirmar que grande parte dos
problemas do país decorre exatamente da ausência
de políticas multiculturais que possam alavancar o
desenvolvimento humano, sobretudo da população
negra a indígena", disse ele em entrevista ao
site "Educacional" . Este ano, o Relatório
de Desenvolvimento Humano, principal publicação
do PNUD, destacou o tema "Liberdade Cultural num Mundo
Diversificado".
Carlos Lopes frisou que "o relatório vê
as diferenças culturais como propiciadoras do desenvolvimento,
e não como entrave". Nesse sentido, se contrapõe
ao determinismo geográfico e cultural que, embora sem
sustentação empírica ou teórica,
por vezes é retomado entre os segmentos mais conservadores.
"O relatório mostra que os principais fatores
de conflito não são as diferenças culturais,
mas sim a intolerância, a exclusão e as desigualdades
políticas e socioeconômicas que delas decorrem",
salientou o representante-residente do PNUD. “Mesmo
o acirramento das identidades pode ser, freqüentemente,
resposta à insegurança que as desigualdades
provocam sobre os grupos discriminados”, afirmou ele
na entrevista.
“A chave para a tolerância é exatamente
a combinação de políticas multiculturais,
desde uma educação inclusiva, passando por medidas
que assegurem a representação política
daqueles grupos, até programas que garantam o acesso
a recursos e oportunidades para o desenvolvimento humano”,
sugeriu.
As informações são
da PrimaPagina.
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