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Secretaria estadual do Meio Ambiente apresentou ontem o projeto
de despoluição da Baía de Sepetiba. A
primeira fase, considerada emergencial e programada para ser
iniciada em janeiro de 2005, prevê a recuperação
da Praia de Sepetiba, atualmente tomada por lodo e esgoto
doméstico. A obra será tocada pela Superintendência
Estadual de Rios e Lagoas (Serla) ao custo de R$ 24 milhões,
a serem solicitados ao Fundo Estadual de Conservação
Ambiental (Fecam).
"O morador de Sepetiba está muito angustiado
com a situação do local. Devido ao lodo e ao
mau cheiro, os pescadores não conseguem chegar ao píer
com o barco", diz a secretária estadual de Meio
Ambiente, Isaura Fraga.
Segundo o diretor de obras da Serla, José Carlos Pinto,
a recuperação da Praia de Sepetiba inclui a
dragagem de uma faixa de 200 metros de lodo, a partir do início
da areia, hoje praticamente inexistente, ao longo de cerca
de 1,5 quilômetro de praia. Pinto diz que a areia será
retirada nas proximidades da praia, de um manguezal que será
recuperado após a obra, e o lodo será depositado
num terreno da Aeronáutica, em Santa Cruz. Um canal
de onde atualmente saem cerca de 400 litros de esgoto por
segundo na praia, de acordo com estimativa da Serla, será
desviado para uma nova estação de efluentes,
com tratamento secundário:
"Faremos também uma galeria de cintura para coletar
o esgoto que hoje sai das casas perto da praia e o trataremos
na estação", disse ele.
O modelo de tratamento é semelhante ao que será
implantado em São Conrado, para funcionar apenas em
tempo seco. Com chuvas fortes, uma comporta será aberta
e a poluição extravasará na praia, já
que não há separação entre as
águas pluviais e o esgoto.
TÚLIO BRANDÃO
do jornal O Globo
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