João
Batista Jr.
De um lado, um dos maiores bancos do Reino Unido. De outro,
estudantes universitários. Local do embate? A internet.
Furiosos com a notícia de que o HSBC iria cancelar
o benefício de não pagarem juros por usar o
limite de dinheiro dado pelo banco, os universitários
fizeram um motim. Organizaram-se no Facebook, site de relacionamentos
virtual similar ao Orkut, para pressionar o banco a rever
a medida tomada.
A estratégia inicial foi mostrar o quão importante
era não pagar os tais juros. Depoimentos de milhares
de pessoas contavam como seriam prejudicadas com a perda do
benefício. O que mais foi citado pelos universitários
é o fato deles, muitas vezes, não estarem no
mercado de trabalho (e pagar os juros, assim, seria uma grande
despesa dentro do orçamento pessoal).
Depois dos relatos, veio a chantagem: postaram mensagens
dizendo que, caso a medida entrasse em vigor, eles não
seriam fiéis ao banco. Isto é, acabada a faculdade
não manteriam a conta na mesma instituição.
Passado esse dois momentos, se organizaram para uma terceira
e última ação: cada estudante deveria
ligar para sua agência pedindo a revisão da medida.
Resultado: o HSBC avaliou que a imagem da instituição
estava sendo prejudicada pelo fato de a imprensa já
estar cobrindo a iniciativa dos alunos e voltou atrás
ao anunciar que os universitários vão continuar
livres dos juros ao usar o limite. No Facebook, agora chovem
mensagens de celebração da vitória dos
universitários.
Lado positivo
Ainda que já tenha gerado dúvida por permitir
a bisbilhotagem da vida alheia e a propagação
de mensagens preconceituosas, o caso Facebook x HSBC mostra
que o poder dos sites de relacionamento não pode ser
subestimado.
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