Keila
Cândido
Em seminário realizado pelo Instituto
Fernand Braudel - centro de pesquisas e debates sobre
temas ligados a problemas institucionais - Nathan Dudley,
diretor da New York Harbor School, apresentou propostas de
reformas
no ensino e conta um pouco sobre a experiência de
atuar em áreas muito pobres e violentas.
“Para mudar um sistema é necessário a
Fundação, sindicatos, administradores. É
necessário fazer um mutirão, não tem
como reformar um sistema sem pensar em trabalhar para ter
algo melhor do que tem”, diz Dudley que aposta em diversos
tipos de parcerias, sejam do setor privado, com os pais, com
a comunidade ou outros setores.
Em Nova York, até agora, mais de 30 escolas foram
fechadas por fracasso e desordem. Para controlar a violência
jovens policiais atuam como agentes de segurança escolar.
Eles são uniformizados e sem armas.
Nathan revela que 90% dos professores de Nova York trabalham
em uma única escola e que isso faz uma grande diferença,
pois, os professores se dedicam mais e isso influencia na
qualidade do ensino. No Brasil, os professores, pelo baixo
salário que recebem acabam tendo que trabalhar em duas
ou três escolas, e não há comprometimento
com o que está sendo passado e isso reflete em sala
de aula.
“A proposta é estender o dia escolar, o que
fazem os meninos nas 18 horas que sobram?”. Ele acredita
que os alunos devem passar mais tempo em contato com a escola,
pois o tempo que estão fora dela, acabam indo pra rua,
ficam em frente a televisão, trabalham ou acabam se
envolvendo com drogas. “A escola tem que ser em tempo
integral”, diz.
“Não existe metas sem prazo”, afirma Dudley.
Ao analisar as propostas de reforma no ensino apresentadas
pela Secretária da Educação do Estado
de São Paulo, Maria Helena Guimarães Castro
e pelo governador José Serra, Nathan Dudley declara
que as propostas são muito parecidas com Nova York.
O plano prevê a redução de 50% da taxa
de reprovações do ensino médio e de 8º
série em 2010 - assim como o Projeto Ler e Escrever
do governo paulista -, capacitação de professores
e outras séries de ações para melhoria
da escola. “Pode ou não acontecer, mas se temos
uma meta temos que ter um prazo”. “Temos que trabalhar
juntos e conhecer a educação para mudar o sistema”.
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