João
Batista Jr.
Em um galpão de 200 m² instalado na divisa entre
Higienópolis e Santa Cecília, a Galeria Central
trabalha a arte urbana com o víeis da cidadania. “Aqui
discutimos todo tipo de arte, mas desde que a cidadania esteja
envolvida”, conta Danilo Blanco – que, ao lado
de Fernando Zelman, criou, em 2006, o galpão cultural
no centro da cidade de São Paulo.
A cidadania não está apenas na temática
das obras, mas também na dinâmica de funcionamento
da galeria. Artistas multimídias, grafiteiros, escultores
e palestrantes que quiseram usar o espaço para expor
seus trabalhos podem fazê-lo, mas com uma condição:
devem prestar assistência cultural aos meninos em situação
de rua.
“As pessoas podem expor, mas depois devem dar oficinas,
aulas, palestras.” A Galeria Central também tem
como foco os estudantes das escolas municipais que ficam no
entorno. “Não som os uma ONG, e sim um núcleo
sócio-educativo”, avisa Blanco. Para isso, as
parcerias são importantes para viabilizar todas mostras.
“Fazemos parcerias com os artistas e com o poder público.”
Olga Arruda é o nome do poder municipal que auxilia
a viabilização do trabalho feito pela Galeria
Central
Mostras e intervenções
A Galeria Central não atua apenas em seu espaço
físico. Orientados por Blanco e Zelman, um grupo de
grafiteiros firmou parceria com a ONG Quixote para intervir
no Hospital Vera Cruz: os artistas se uniram aos pacientes
para grafitar as paredes da casa da de saúde. O resultado
do trabalho foi conferido na Central, por meio de uma exposição
de fotos e exibição de vídeos.
Programada para estear no próximo dia 18, sábado,
a mostra “Uma Mão Lava a Outra e as Duas Lavam
o Rosto” vai abordar o uso racional da água.
“Será uma instalação de 24 lavatórios,
com pias, torneiras e espelhos e papel toalha”.O papel
que as pessoas usam para secar as mãos nos banheiros
públicos foi o espaço de criação
dos grafiteiros. “Aristas que passaram por oficinas
mais alguns jovens grafiteiros fizeram desenhos especiais
para o papel toalha dos lavabos”.
Independência
“Queremos ensinar aos jovens uma forma de ganhar dinheiro
com a produção de artesanato que se aproxima
do design”. Marchetaria, “a arte de juntar pedaços
de madeira”, é o que mais se destaca nas oficinas.
|