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Se nada for feito, cerca de dois
bilhões de pessoas em todo o mundo viverão em
favelas até 2030, segundo o relatório "O
desafio das favelas", do Programa de Assentamentos Humanos
da Organização das Nações Unidas
(ONU-Habitat) , divulgado ontem.
Atualmente, quase um bilhão
de pessoas, ou seja, um sexto da população mundial,
moram em favelas. Nas regiões em desenvolvimento, os
favelados correspondem a 43% dos que moram nas cidades, afirma
o relatório.
O documento define favela como um
aglomerado urbano com acesso inadequado à água
potável, à rede de saneamento, habitações
precariamente construídas, excesso de moradores e ausência
ou precariedade dos títulos de posse ou de propriedade.
A definição se aplica aos "kampungs"
da Indonésia, aos "townships" da África
do Sul e às próprias favelas do Brasil.
De acordo com Alberto Paranhos, representante
da ONU-Habitat no Rio de Janeiro, é a primeira vez
que um relatório com enfoque em favelas é feito
pela entidade. Em estudos anteriores, os levantamentos abordavam
as cidades como um todo. "O assentamento precário
é um problema em todos os países e tem crescido
mais do que as cidades. Se continuar nesse ritmo, as cidades
ficarão inabitáveis em 15 anos", ressaltou.
No prefácio do relatório,
o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirma que as
favelas representam o pior da pobreza urbana e desigualdade.
"Elas são uma bomba-relógio", disse
Naison Mutizwa-Mngiza, chefe do programa responsável
pela elaboração do projeto.
O documento faz um apelo para que
se trate do problema do desemprego entre os habitantes das
favelas e da população urbana pobre em geral:
" As políticas para as favelas devem estar integradas
compolíticas de redução de pobreza urbana
mais amplas, focadas nas pessoas, que lidem com aspectos como
emprego e renda, abrigo, comida,saúde,educação
e acesso à infra-estrutura e serviços urbanos
básicos".
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