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Por solicitação da
Secretaria da Saúde da Bahia, quatro infectologistas
da UFBa (Universidade Federal da Bahia) começaram a
investigar ontem as causas das mortes de nove bebês,
todas ocorridas no Hospital Roberto Santos, que pertence ao
Estado.
De acordo com o Sindicato dos Médicos da Bahia, as
mortes aconteceram no mês passado, em um período
de 13 dias. Nos outros dias do mês, mais três
recém-nascidos morreram no Roberto Santos, de um total
de 192 partos.
Anteontem, a diretoria do sindicato
levantou a hipótese de surto infeccioso. O secretário
estadual da Saúde, José Antônio Rodrigues
Alves, nega a possibilidade.
"As denúncias dos sindicalistas não têm
nenhum fundamento."
Segundo a Secretaria da Saúde,
as mortes teriam sido provocadas por diversos problemas. "Três
mães, que perderam os seus bebês, sequer fizeram
o pré-natal, que é de competência do município",
disse o secretário.
Pelas informações da
diretoria do Roberto Santos, o segundo maior hospital público
da Bahia, quatro bebês morreram em consequência
de uma pneumonia. Os outros cinco tiveram cardiopatia congênita
e disfunções múltiplas.
Os infectologistas devem entregar
um relatório ao secretário Rodrigues Alves nas
próximas 72 horas. A vice-presidente do Sindicato dos
Médicos, Jane Vasconcelos, responsabilizou o hospital
pelas mortes. "A infra-estrutura do hospital é
muito precária. Todos os médicos também
têm uma carga de trabalho muito elevada, o que impede
um perfeito atendimento a todos os pacientes."
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR |