A Justiça
liberou ontem a continuação do desmatamento
e o enchimento das represas de Biritiba-Mirim e Paraitinga,
na Grande São Paulo, que deverão, em um ano,
ampliar a produção de água do sistema
Alto Tietê em até 4.000 litros por segundo, suficientes
para abastecer 1 milhão de pessoas.
A implantação dos reservatórios é
questionada pela procuradora da República Rosane Campiotto
e pelo promotor de Meio Ambiente de Mogi das Cruzes, Fernando
Henrique de Moraes Araújo, para os quais o licenciamento
da obra ignorou a biodiversidade da região, inserida
no domínio da mata atlântica.
Segundo o Ministério Público Federal, já
foram destruídos 9 km2, onde há plantas e animais
ameaçados de extinção.
As duas represas são estratégicas nos planos
da Secretaria de Estado da Energia, Recursos Hídricos
e Saneamento para ampliar a oferta de água na região
metropolitana, que vem anualmente enfrentando crises.
A idéia é que elas permitam ao sistema Alto
Tietê atender a uma parte dos 9 milhões de pessoas
hoje servidas pelo sistema Cantareira, que quase secou em
2003.
Para o juiz Wilson Zauhy, da 13ª Vara Federal Cível,
os danos às espécies não foram comprovados
e o governo tem cumprido as exigências feitas por entidades
ambientais. Campiotto e Araújo vão analisar
os argumentos do juiz e dizem que "recorrerão
o mais rápido possível" da decisão.
Segundo Ricardo Borsari, superintendente do Departamento
de Águas e Energia Elétrica do Estado (DAEE),
as obras serão retomadas hoje.
As informações são
da Folha de S. Paulo.
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