Vamos
libertar o orgulho louco. Com essa idéia na cabeça,
usuários de serviços de psiquiatria da cidade
de São Paulo realizam amanhã (13/05), a partir
das 11h, na avenida Paulista, a Caminhada do Orgulho Louco,
uma iniciativa para mostrar a cara, os anseios e o que vêm
fazendo os que sofrem de doenças psiquiátricas
na cidade: coisas como música, dança e poesia.
A previsão é que mil pessoas participem.
A caminhada sairá do prédio da Gazeta e levará
quem quiser -"liberte o louco que existe em você",
brinca um dos slogans do evento- ao primeiro Centro de Atenção
Psicossocial do país, o Caps Itapeva, na rua Itapeva,
700, serviço ligado ao governo do Estado que nasceu
há 19 anos como resposta aos manicômios que escondiam
e maltratavam doentes.
No Caps, pacientes passam o dia em oficinas culturais, terapêuticas
e de preparação para o trabalho. Depois voltam
para casa. O evento é um dos primeiros da Semana da
Luta Antimanicomial.
"Vamos manifestar as dificuldades, mas também
a capacidade. Queremos mostrar que nossa mente é criativa
e lírica", afirma Carlos Henrique Garcia, 37,
que trabalha com informática, é portador de
transtorno bipolar e paciente do Caps Itapeva.
Depois que o trio elétrico estacionar na rua Carlos
Comenale, ao lado do Caps Itapeva, as portas do centro estarão
abertas para quem quiser ver o que os loucos fazem, como a
instalação "Gaiola Espacial", de Raimundo
da Cruz Cordeiro, 46, que "retrata o homem preso pelos
próprios pensamentos". "Fiz durante a aula
de marcenaria", disse Cordeiro, que sofre de esquizofrenia.
O Movimento dos Novos Artistas, que une artistas que ainda
não conseguiram um espaço, aliou-se ao evento
e também vai expor.
Entre as reivindicações em pauta na semana de
luta estão emprego e moradias para quem não
tem família. O próprio Caps Itapeva precisa
de ajuda. O casarão de madeira vem sendo corroído
pelos cupins.
As informações são da Folha de
S.Paulo, editoria Cotidiano.
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