Erika
Vieira
A Segurança Pública brasileira se une a educação
para modificar o caráter das ações realizadas
no país. Vinte e duas universidades federais e particulares
oferecerão cursos de pós-graduação
a policiais e bombeiros para produzirem estudos acadêmicos
que compreendam a sociedade, a fim de implantar medidas de
segurança a partir da mudança de comportamento
da população. A proposta faz parte da Rede Nacional
de Especialização em Segurança Pública
lançada oficialmente hoje em Brasília.
”Qualquer país que avançou nessa área
[Segurança Pública] não foi só
investindo na polícia. A sociedade avança investindo
na academia”, diz o secretário Nacional de Segurança
Pública, Luiz Fernando Corrêa. Ele explica que
a formação dos profissionais de segurança
muitas vezes ficam deslocados do contexto social, sendo, portanto
necessário a interferência da universidade para
integrar o conhecimento prático dos policiais com o
dos estudiosos. “Precisamos de educação
em segurança pública e não só
capacitação”, justifica ele.
Policiais federais, militares, civis, rodoviários,
guardas municipais e bombeiros com curso de graduação
podem cursar a pós. Os interessados devem procurar
as instituições de ensino ou universidades.
O trabalho de conclusão de curso dos melhores classificados
serão voltados para as políticas de segurança
do governo. Diretores de ensino de todo país com agentes
do governo elaboraram o currículo. Universidades da
Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul já
colocaram em prática. No Sergipe, Ceará, Piauí,
Rio Grande do Norte, Pernambuco, Roraima, Amazonas, Pará,
São Paulo, Espírito Santo e Mato Grosso começa
em outubro. Cada curso vai atender as necessidades locais
e peculiaridades de cada Estado.
Direitos humanos é o eixo centralizador dessa nova
formação. Desde 1994 diversos paises firmaram
com a ONU um acordo para tratar com mais importância
o assunto. Apenas em 2003 o governo brasileiro começou
a pensar não apenas como uma disciplina a mais no currículo
dos profissionais, mas como um tema transversal.
”Depois da Ditadura Militar o país se dissociou
do assunto de segurança pública, porque os órgãos
de segurança ficaram estigmatizados com a repressão.
Falar em segurança ficou como falar apenas em polícia.
Colhemos o fruto disso hoje, não temos pensadores em
segurança pública”, lamenta o secretário.
“Agora com a articulação do Ministério
da Educação com o da Segurança o país
inaugura uma nova fase”, fala Corrêa.
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