Mariana Gallo
especial para o GD
Com o objetivo de diminuir o número de jovens aliciados
para o trabalho escravo, o projeto "Escravo nem pensar"
da ONG Repórter Brasil, capacita professores das escolas
estaduais e municipais do interior dos estados do Maranhão
e Piauí na tentativa de, se não acabar, pelo
menos diminuir o problema na região.
"Escolhemos os estados do Maranhão e Piauí
por ter altos índices de aliciamento de menores para
o trabalho escravo", explica o coordenador do projeto,
Leonardo Sakamoto.
O projeto é dividido em duas etapas. Na primeira parte,
os professores são capacitados sobre os direitos das
crianças e dos adolescentes. "Queremos que os
professores produzam seu próprio material para que
a aula condiga com a realidade do aluno", explica Sakamoto
a outra parte do trabalho.
Já na segunda etapa, os professores esmiuçam
o tema trabalho escravo dentro da sala de aula. A partir daí,
alguns jovens se tornam "agentes de cidadania" que
têm a função de passar para a sua comunidade
os cuidados para não se cair na rede de escravidão.
"Trabalhamos não apenas com a escola, mas também
com os agentes comunitários e lideres sindicais, pois
são pessoas muito próximas dos problemas da
comunidade", comenta Sakamoto.
Apesar de considerar o projeto fundamental, o coordenador
do trabalho acha que o fim do trabalho escravo infantil só
vai acabar quando forem implementadas medidas como "a
reforma agrária, o combate ao aliciamento e geração
de emprego e renda".
Já foram capacitados 200 professores em sete municípios
dos dois estados do e, em junho, serão treinados os
agentes comunitários e líderes sindicais.
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