As vendas
no comércio fecharam o ano passado com alta de 9,25%.
Esse é o primeiro ano positivo para o comércio
desde o início da pesquisa, em 2001.
A base de comparação fraca também contribui
para inflar o resultado. Em 2001, o comércio teve queda
de 1,57% no volume de vendas. Em 2002, de 0,70% e em 2003,
de 3,67%. A perda do poder de compra do trabalhador e a massa
salarial baixa contribuíram para que o comércio
demorasse a ganhar fôlego.
No ano, a atividade que liderou a expansão das vendas
no comércio foi móveis e eletrodomésticos,
que acumulou alta de 26,37% no volume de vendas. Segundo o
IBGE, a demanda reprimida dos anos anteriores incentivou o
crescimento das vendas. O resultado veio em linha com a dinâmica
da indústria. Os chamados bens de consumo duráveis
lideraram o crescimento industrial em 2004.
Apoiados no aumento das ofertas de crédito, o consumidor
apostou na compra de bens duráveis, como geladeiras
e fogões. Veículos, motos, partes e peças
também tiveram as vendas influenciadas pela oferta
de crédito e acumularam crescimento de 18,70%.
No final do ano, entretanto, o crédito passou a crescer
de forma mais lenta e as vendas começaram a dar destaque
também para atividades mais voltadas para a rendao,
como hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas
e fumo, que tiveram expansão de 7,22% no ano passado.
De acordo com o instituto, o crescimento da atividade acompanhou
a evolução da massa de salários, a melhora
dos níveis de ocupação e do rendimento
médio real das pessoas ocupadas.
Isso ocorre porque há um limite para o nível
de endividamento das famílias. Depois de efetuada a
compra, o consumidor precisa arcar com as prestações,
o que limita a aquisição de novos bens enquanto
ainda está endividado. O mesmo tipo de desenho tem
sido verificado na indústria, que estima uma expansão
baseada nos chamados bens de consumo não-duráveis
em 2005, como roupas e alimentos.
Metodologia
A PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) é
realizada mensalmente pelo IBGE em todo o país. Para
mensurar o desempenho do setor, o IBGE apura a receita bruta
de revenda das empresas varejistas formais com 20 ou mais
pessoas ocupadas. Ao todo, são 9 mil informantes em
todo o país.
JANAINA LAGE
da Folha Online
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