BRASÍLIA.
Considerado a grande esperança do governo para estimular
os investimentos privados, o projeto de Parceria Público
Privada (PPP) foi aprovado ontem na Câmara por aclamação
e agora segue para votação no Senado. Uma alteração
importante, feita na última hora para possibilitar
o acordo, obriga o governo a começar as amortizações
dos investimentos mesmo antes do término da obra. No
projeto original, proposto pelo ministro do Planejamento,
Guido Mantega, o setor privado ficaria responsável
pelo financiamento total da obra e só depois de finalizada
começaria a receber a amortização do
investimento.
Na prática o financiamento ficou como é hoje:
o poder público contrata uma obra e paga conforme sua
execução.
Projetos prioritários
Segundo o relator do projeto, deputado Paulo Bernardo
(PT-PR), os projetos prioritáriios para a execução
do PPP são os de infra-estrutura para os quais, o governo
prevê investimentos de R$ 37 bilhões em quatro
anos. Pelo que foi aprovado ontem, as parcerias podem ser
firmadas por até 35 anos, cinco acima do previsto no
projeto original.
O projeto estabelece mecanismos de fiscalização
dos contratos. Além dos ministérios e de um
órgão gestor, as agências reguladoras
também passarão a fiscalizar as obras. A cada
três meses terá de ser feito um relatório
sobre as parcerias ao órgão gestor e, semestralmente,
ao Congresso. O órgão gestor do PPP será
composto por representantes dos ministérios do Planejamento,
da Fazenda e da Casa Civil, além da pasta a que o contrato
está ligado.
Os contratos de PPP terão precedência em relação
a outros, com exceção de acordos para o fornecimento
de pessoal, os do Sistema Único de Saúde (SUS)
para aquisição de material em situações
emergenciais, além de situações que representem
risco de vida.
VALDEREZ CAETANO
do jornal O Globo
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