Santos
começa a testar na próxima semana uma nova armadilha
para detectar infestação do mosquito da dengue,
o Aedes Aegypti. O município é o primeiro entre
os dez escolhidos em todo o país para testar o Mosquitrap,
a armadilha desenvolvida pela Universidade Federal de Minas
Gerais e que deverá ser validada com o apoio do Ministério
da Saúde.
Hoje, o nível de infestação é
avaliado com o uso de ovitrampas - um recipiente escuro, como
um pequeno vaso, preenchido com uma infusão que atrai
a fêmea do Aedes Aegypti e a leva a colocar seus ovos
dentro dele. Os ovos são contados pelos agentes de
saúde e, assim, é determinada a infestação.
Quanto maior a infestação, maior o risco de
epidemia de dengue.
O Mosquitrap substitui a infusão líquida por
uma pastilha de gel sintético. O objetivo é
também atrair a fêmea do Aedes e do Culex, o
mosquito comum. A diferença é que o mosquito
não consegue mais sair, pois dentro do recipiente tem
também um cartão com cola que faz a captura.
"A patente é da Universidade Federal de Minas
Gerais e o objetivo do teste é validar o método.
Por enquanto, o Mosquitrap será usado para obter o
índice de infestação", explica Marcelo
Brena, coordenador do programa de combate à dengue
da Secretaria da Saúde de Santos.
A validação será feita com base em comparação.
Cem unidades do Mosquitrap serão colocados no bairro
Ponta da Praia. Também serão colocados cem recipientes
do Ovitrap. Durante quatro meses, os agentes de saúde
vão comparar a eficácia dos dois métodos.
Como o recipiente do Mosquitrap elimina o mosquito, nada
impede que ele, no futuro, seja comercializado para captura.
A cidade de Santos registrou no primeiro bimestre deste ano
34 casos de dengue, menos da metade dos cerca de 80 registros
dos primeiros dois meses de 2003.
Cleide Carvalho
do Globo Online
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