Uma auditoria
pedida à CGU (Corregedoria Geral da União) pelo
ministro Tarso Genro (Educação) causou um choque
com seu antecessor direto, Cristovam Buarque. A investigação
será feita sobre as contratações e processos
em andamento de serviços prestados por empresas terceirizadas.
Cristovam diz que é "estranho" e "injustificada"
a medida.
Segundo a assessoria do Ministério da Educação,
Tarso considerou excessivamente elevado o orçamento
para uma reforma em seu gabinete, que seria feito por uma
empresa terceirizada. A reestruturação da sala
custaria R$ 120 mil. Então decidiu enviar um ofício
à CGU pedindo uma análise sobre os processos
e acordos com esse tipo de empresa.
No ofício, segundo relato do senador Antero Paes de
Barros (PSDB-MT), que diz tê-lo visto, Tarso pede uma
investigação de serviços terceirizados
contratados na "administração anterior".
A CGU afirmou que a vistoria era justificada pela "entrada
de uma nova gestão" e que não havia uma
administração específica para ser analisada.
O ofício, que chegou ao corregedor-geral, Waldir Pires,
no último dia 3, no entanto, também não
recomenda a verificação dos contratos e da empresa
que faria a reforma. O órgão afirma que regularmente
os contratos são verificados.
Cristovam, trocado por Tarso na reforma ministerial de janeiro,
diz que se sente diretamente atingido. "Lógico
que me sinto atingido. Fiz um ano de governo e não
constatei nenhuma irregularidade. Quero que se faça
a auditoria, mas não aceitarei que seja feita só
na minha administração."
Cristovam afirmou que entrou em contato com Waldir Pires
e se colocou à disposição para dar os
esclarecimentos necessários. Segundo ele, as companhias
terceirizadas são as mesmas que foram utilizadas na
gestão do ministro Paulo Renato Souza (governo Fernando
Henrique Cardoso). "Não havia problemas com essas
empresas", declarou.
Em nota oficial, intitulada "O ministro Tarso Genro
repudia a informação de auditoria na gestão
de Cristovam Buarque", o ministério afirma que
"é equivocada a informação de que
o atual ministro da Educação, Tarso Genro, teria
solicitado uma auditoria na gestão do ex-ministro Cristovam
Buarque". "Na verdade, o ministro solicitou que
a Controladoria Geral da União fizesse uma verificação
em todos os contratos terceirizados em execução
no Ministério da Educação."
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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