Ao citar
estudos do Dieese que ressaltam os efeitos positivos da redução
da jornada e das horas extras no mercado de trabalho, Bargas
afirmou que a carga horária do trabalhador brasileiro
é elevada se comparada à de outros países.
Para o presidente da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), Armando Monteiro, é ilusão
achar que a redução da jornada vai aumentar
os postos de trabalho, porque a renda do trabalhador está
achatada e a atividade econômica, desaquecida. Apesar
disso, ele disse que os empresários estão dispostos
a discutir a proposta, desde que não haja imposição
legal.
Segundo Bargas, a reforma trabalhista vai começar
pelos pontos de consenso entre trabalhadores, empregadores
e governo. Os representantes das bancadas no Fórum,
explicou o secretário, vão estudar a legislação
trabalhista para ver os artigos que podem ser extintos e os
que precisam ser aperfeiçoados.
Já o relatório da reforma sindical será
encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
nos próximos dias. O governo terá de enviar
ao Congresso uma emenda à Constituição
e projetos de lei. Entre as principais mudanças estão
o fim do imposto sindical obrigatório; o reconhecimento
das centrais sindicais; o fim das datas-base, do poder normativo
da Justiça e do monopólio sindical.
Os representantes dos empregadores, porém, mostraram-se
frustrados com o atraso nas negociações sobre
as mudanças na CLT.
"O interesse da sociedade está muito mais na
reforma trabalhista porque diz respeito ao emprego, à
produção, à economia do que na questão
sindical, que diz respeito às corporações",
disse Monteiro.
Geralda Doca
do jornal O Globo
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