A Secretaria
de Educação a Distância do Ministério
da Educação (MEC) apresenta hoje o projeto de
criação de uma universidade aberta no país.
A idéia é oferecer educação a
distância (sem presença física do estudante
na sala de aula) preferencialmente a professores do ensino
básico sem diploma de ensino superior ou a profissionais
em busca de cursos de atualização.
O projeto será apresentado pelo secretário
Ronaldo Mota durante o seminário nacional da Abed (Associação
Brasileira de Educação a Distância), em
São Paulo.
Segundo Mota, a universidade aberta deve utilizar a televisão
no ensino, com apoio de apostilas, método semelhante
ao Telecurso 2000, supletivo desenvolvido pela Fundação
Roberto Marinho. "Quem tiver acesso à internet
poderá utilizá-la", diz ele.
Uma parte da carga horária será presencial.
A previsão otimista do secretário é que
a instituição comece a funcionar em 2007. As
universidades públicas, principalmente as federais,
serão convidadas a participar.
Antes de definir o projeto da universidade aberta, a secretaria
quer observar os resultados de dois programas: a formação
de uma rede de pesquisadores de educação a distância
e a criação de consórcios com empresas
estatais (como Banco do Brasil e Petrobras) para formação
de professores e de funcionários públicos.
A previsão é que os 600 pesquisadores comecem
a ser selecionados, por meio de concurso, em junho. Os escolhidos
devem começar a trabalhar em 1º de setembro.
Os resultados das pesquisas serão utilizadas na formação
dos consórcios. No dia 2 de maio, haverá reunião
da secretaria com o fórum de empresas estatais do país
para acertar o programa.
Ainda não há estimativa de quantos alunos a
universidade aberta poderá atender. "Só
de professores sem diploma são um milhão de
possíveis alunos", diz.
Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional), a partir de 2007 não poderão ser
contratados professores sem curso de graduação.
As universidades abertas já funcionam em outros países.
Na Inglaterra, por exemplo, conta com cerca de 200 mil estudantes.
Mota afirma que praticamente todos os cursos de graduação
podem ser oferecidos de forma não-presencial. "Carreiras
como medicina eu nunca vi em nenhum lugar do mundo",
afirma. "Para os outros, não há impedimento."
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S. Paulo
|