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Keila
Baraçal
“Banheiro é o lugar que
mais gasta água em uma casa.” O plano inicial
do pernambucano Leandro Costa dos Santos, 18, era de, com
seus três colegas da Centro de Ensino Experimental Cícero
Dias, produzir uma casa auto-suficiente, para ser apresentada
no Espaço Ciência, em Olinda (PE). A preocupação
com o meio ambiente era o tema que mais interessava aos estudantes,
mas como eles tinham apenas dois meses para aprontar tudo,
o projeto foi reduzido para a construção de
um banheiro. Deu tão certo que seu grupo foi premiado
na feira “Ciência Jovem”.
Leandro não consegue quantificar
o custo da idéia. Sabe apenas que a ajuda de João
Bosco, seu professor de robótica, foi essencial. O
mestre não mediu esforços nem poupo investimentos
para colocar a vontade da equipe em prática. “Ele
[o professor] fez com que nosso projeto se tornasse realidade”,
disse o estudante.
Com um tom educativo em todos os aspectos,
era preciso começar a montar o banheiro, planejado
para ter 2 metros de largura por 2 metros de altura. O grupo
entendeu que a economia da água começava com
conscientização da hora do banho. Dentro do
box, construído de acrílico, havia um chuveiro,
cuja água era bombeada por um motor de máquina
de lavar roupa. No espaço havia um sensor, que tinha
capacidade era de saber quando a pessoa estava no banho. Se
alguém estivesse em baixo, o chuveiro liberava água.
Se não, parava de funcionar. Havia também um
aparelho com as mesmas funções de um relógio.
“A gente não podia esquecer do caráter
de educação. A pessoa tem que ter consciência
de tomar banho rápido na sua casa e na casa dos outros
também.”
Terminada a parte do box, a equipe
partiu então para a elaboração da pia.
A proposta foi baseada nos mesmos conceitos praticados durante
a construção do chuveiro, com mecanismos de
sensores e tempo. “Quando você vai lavar a mão,
ela está suja. Não faz sentido usá-la
[agora, limpa] para fechar a torneira”. O problema da
torneira foi solucionado com um botão que fica no chão
e a pessoa o aciona com os pés. Assim como a água
usada no chuveiro, todo o líquido usado na pia também
foi recolocado no reservatório, que passou por um processo
de limpeza para ser reaproveitado no vaso sanitário.
Último quesito a ser resolvido
pelos inventores, o uso da descarga demandou também
meios de tecnologia. Ela tem um sensor que, ao ser acionado
com os pés, liberava a quantidade necessária
para os dejetos. “A gente fez uma interface [mecanismo
previamente programado] que entende quando a pessoa quer disparar
três ou seis litros de água”, conta o estudante.
O prêmio redeu a Leandro e sua
turma medalhas, livros para estimular os estudos e uma viagem
para Brasília. Agora, os próximos planos são
de, realizar o sonho antigo de fazer uma casa auto-suficiente
– com reuso de água e criação da
própria energia.
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