O Projeto
do Milênio das Nações Unidas, um plano
de ação para ajudar os países a cumprir
os objetivos de desenvolvimento do milênio elogia o
Fome Zero, uma das principais bandeiras do governo brasileiro.
Na avaliação de um dos relatórios produzidos
pelo projeto da ONU e lançados nesta semana, o programa
brasileiro é bom exemplo de ação política
e de mobilização para se tentar erradicar a
fome.
A iniciativa brasileira é analisada em um dos 13 estudos
setoriais, resultados de 13 forças-tarefas que envolveram
265 especialistas, coordenados pelo economista norte-americano
Jeffrey Sachs, professor da Universidade Columbia e consultor
do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Um desses estudos,
intitulado “Eliminar a fome: isso pode ser feito”,
debruça-se justamente sobre ações e políticas
para cumprir uma das metas do primeiro dos oito Objetivos
do Milênio: reduzir pela metade, entre 1990 e 2015,
a proporção da população que sofre
de fome.
Um dos pontos destacados pelo estudo é que a parceria
entre setor público, organizações não-governamentais
e empresas é fundamental para atacar o problema. “O
sucesso em programas relacionados à fome pode ser maior
quando os governos trabalham em parceria com ONGs e comunidades
locais para conseguir apoio e empreender mudanças”,
afirma o texto, para logo em seguida acrescentar: “o
compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
em eliminar a fome no Brasil é um exemplo de ação
política e apoio popular efetivos para a erradicação
da fome”.
Um dos 36 boxes desse relatório de 275 páginas
é dedicado exclusivamente ao Fome Zero, descrito como
“uma estratégia ampla e integrada para reduzir
a fome” e uma iniciativa à qual o governo brasileiro
“deu alta prioridade”. O estudo destaca que o
programa abrange cinco linhas de ação: gerar
emprego por meio da reforma agrária; aumentar a oferta
de alimentos de primeira necessidade por meio do apoio à
agricultura familiar; reduzir o custo dos alimentos por meio
de restaurantes populares, acordos com redes de supermercados
e redução de impostos; fornecer auxílio
emergencial (cesta básica, cupons de comida, merenda
escolar gratuita etc.); e “usar o elevado compromisso
do governo com as pessoas que passam fome para ampliar a consciência
e o compromisso político na sociedade brasileira”.
Ainda assim, o relatório observa que o país
avança apenas lentamente no cumprimento de algumas
metas dos Objetivos do Milênio relacionadas ao assunto.
Na América Latina, o Brasil, com Honduras e Nicarágua,
é citado como exemplo de país que não
está “fazendo progressos suficientes” na
redução da proporção de crianças
abaixo do peso.
As informções são
do PNUD Brasil.
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