Líderes
comunitários das 94 áreas de risco de Fortaleza
receberam, ontem, orientações do Corpo de Bombeiros
Militar do Ceará sobre como agir em situações
de emergência. A intenção da corporação
é pôr em prática um plano de atuação
para o período de chuvas, a “Operação
Quadra Chuvosa”, em que bombeiros e comunidade atuarão
juntos na prevenção e solução
das ocorrências.
Choques elétricos, afogamentos e deslizamentos são
comuns quando as chuvas fortes têm início na
cidade, período em que os oficiais do Corpo de Bombeiros
atuam com bastante intensidade, seja resgatando vítimas
ou ajudando na transferência da população
das áreas de risco para abrigos. Através da
operação, os bombeiros esperam capacitar a população
para agir com maior rapidez, auxiliando os oficias e a Defesa
Civil.
“O importante é que temos que salvar vidas”,
frisou o Comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Duarte
Frota. Durante o lançamento da operação,
o comandante fez questão de declarar todos os líderes
comunitários como bombeiros voluntários, marcando
o ato com a entrega de um bottom da corporação.
“Se houver essa integração o resultado
vai ser maior do que se ficarmos isolados”, afirma.
Essa é a primeira vez que os bombeiros se reúnem
com a população, antes das chuvas, para discutir
ações e fazer um levantamento das áreas
de risco.
Uma equipe com cinco bombeiros ficará responsável
por cada área de risco da cidade. Eles visitarão
as comunidades, detectarão os locais mais críticos
e as instituições que podem servir de abrigo
nos casos de emergência, como escolas e creches. A Guarda
Municipal já realizou o cadastramento de 18 abrigos
na cidade, número que deve crescer devido a grande
concentração de famílias nas áreas
de risco, mais de 20 mil.
Para essa operação, a corporação
designou 500 oficias na Capital e mais 300 homens no Interior.
De acordo com o coronel Duarte Frota, esse efetivo estará
atuando em parceria com a Defesa Civil do Estado e Município
e na próxima segunda-feira, 100 homens da Guarda Municipal
serão treinados pelos bombeiros para atuarem em situações
de emergência.
Mas todos esses planos estratégicos ainda não
são suficientes para acalmar as lideranças comunitárias.
A presidente da Associação de Moradores da Cacimba
dos Pombos, no bairro Pirambu, está amedrontada com
a aproximação das chuvas. A preocupação
da comunidade é tripla, pois as 250 famílias
moram na encosta de um morro e além do perigo de deslizamento
com as chuvas e as inundações, eles correm o
risco de perderem as casas quando a maré aumenta. “A
gente fica torcendo que resolvam esse problema com as famílias”,
diz.
Já no bairro Autran Nunes, a preocupação
das lideranças está em evitar mortes e proteger
crianças e idosos. Em 2004, cinco pessoas do bairro
morreram durante o período de chuvas vítimas
de choque ou afogamento. “Estamos cansados. É
importante a preocupação do Corpo de Bombeiros,
da Defesa Civil, mas está na hora de retirar essas
famílias”, desabafa a líder comunitária
Luzie Torquato da Costa.
As informações são
do Diário do Nordeste, de Fortaleza - CE.
|