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O prefeito José Serra (PSDB)
e o secretário de Coordenadorias das Subprefeituras,
Walter Feldman, definiram ontem o nome de mais cinco subprefeitos
em São Paulo. Três deles foram prefeitos de cidades
da Grande São Paulo e outros dois são amigos
pessoais de Serra, com experiência em administrações
tucanas. A nomeação vai ser publicada hoje no
Diário Oficial do Município. Em comum, nenhum
dos indicados têm ligações históricas
com lutas políticas ou parlamentares das regiões
que vão administrar e foram escolhidos pela currículo
administrativo ou pela afinidade com o prefeito.
Para comandar a Subprefeitura de Cidade Ademar, zona sul,
o nome escolhido é do médico Fernando Fernandes
Filho, de 53 anos, que foi prefeito de Taboão da Serra,
cidade da Grande São Paulo com 200 mil habitantes.
Fernandes se elegeu pela primeira vez no PTB e depois de reeleito
mudou para o PSDB, época em que conheceu Serra como
senador e ministro da Saúde em Brasília.
Outro ex-prefeito vai comandar a Subprefeitura
de Guaianases, zona leste. O nomeado, Estevam Galvão
de Oliveira, de 61, foi quatro vezes prefeito de Suzano, cidade
de 230 mil habitantes. Seu primeiro mandato foi de 1977 a
1982. O último acabou em 2004. Filiado ao PFL, Oliveira
foi deputado federal pela Arena.
O terceiro ex-prefeito é Humberto
Carlos Parro, de 62 anos, que vai comandar a Subprefeitura
da Vila Maria, na zona norte, depois de ter administrado Osasco,
cidade com 800 mil habitantes, entre 1983 e 1989, sempre pelo
PMDB. Foi presidente da Fundacentro, ligada ao Ministério
do Trabalho, e da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano
(Emplasa), do Estado.
Dois irmãos vão comandar
duas das regiões mais cobiçadas da cidade. Antônio
Marsiglia Neto já havia sido escolhido para chefiar
a Subprefeitura de Pinheiros. Seu irmão, Francisco
Marsiglia, foi nomeado ontem para a Subprefeitura da Vila
Mariana, na zona sul. Francisco ocupava até agora o
cargo de assessor da Secretaria Estadual de Desenvolvimento
e Assistência Social. Foi companheiro de Serra no movimento
estudantil e um dos fundadores do jornal alternativo Movimento.
Ele também trabalhou na Secretaria de Educação
na gestão Franco Montoro e na empresa Hidro Brasileira,
que pertencia ao ex-ministro Sérgio Motta, antes de
ir para o governo.
Finalmente, para a Subprefeitura de
São Mateus, na zona leste, vai o advogado Clóvis
Luiz Chaves, de 56 anos, assessor da Presidência da
República durante o governo Fernando Henrique Cardoso
e chefe de gabinete do então deputado federal Aloysio
Nunes Ferreira, atual secretário de Governo.
Com esses, já são oito
os subprefeitos nomeados. Além de Antônio Marsiglia
já tinham sido anunciados o ex-ministro da Agricultura
Barroz Munhoz (Subprefeitura de Santo Amaro), e Andrea Matarazzo
(Sé), ex-embaixador em Roma.
Enquanto Serra não escolhe
os nomes que faltam para o comando das 31 subprefeituras,
a cidade vive uma situação curiosa. Dez dos
atuais chefes interinos das subprefeituras vieram das gestões
de Celso Pitta e Paulo Maluf. São eles os atuais comandantes
das regiões da Capela do Socorro, Cidade Tiradentes,
Butantã, Jabaquara, São Miguel, Ermelino Matarazzo,
Vila Prudente, Itaquera, Jaçanã/Tremembé
e Mooca. Todos são engenheiros de carreira e, segundo
Feldman, foram escolhidos depois de seus currículos
terem sido analisados e a Prefeitura não ter constatado
acusações. "Como são funcionários
de carreira, é natural que tenham trabalhado nas gestões
anteriores", disse o secretário.
BRUNO PAES MANSO
do O Estado de S. Paulo
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