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sob nova direção
12/01/2005
Secretário
aponta erro de R$ 2 bi no Orçamento de SP |
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O secretário municipal
das Finanças de São Paulo, Mauro Ricardo Machado
Costa, afirmou ontem que o Orçamento da cidade para 2005
é irreal. "Há um erro de R$ 2 bilhões
a ser ajustado."
Aprovado ainda na gestão Marta Suplicy (PT), o Orçamento
deste ano prevê uma receita total de R$ 15,2 bilhões.
Segundo o secretário, "superestimaram a receita
e subestimaram as despesas".
Mauro Ricardo apontou o suposto erro, mas não detalhou
números. Ele se limitou a dizer que as despesas de pessoal
devem superar o valor projetado e que as receitas de tributos
e as transferências federais à prefeitura serão
menores do que as previstas.
Procurada ontem à tarde, sua assessoria informou que
há R$ 1 bilhão em receitas superestimadas e R$
1 bilhão em despesas subestimadas.
Uma parte da avaliação do secretário das
Finanças de José Serra (PSDB) não encontra
respaldo na execução orçamentária
do ano passado e numa projeção futura.
As despesas com o funcionalismo público (ativos e inativos)
em 2004 somam R$ 4,82 bilhões, segundo dados oficiais
da prefeitura. Aplicando a inflação prevista para
este ano (6,5%, pelo IPC-Fipe), o número atingiria R$
5,13 bilhões.
O orçado para 2005 é ainda maior -R$ 5,49 bilhões.
E, mesmo com o corte em cargos de confiança já
anunciado pela atual administração, o secretário
das Finanças acha que o valor superará essa cifra
ao final deste ano.
Quando Costa fala em receitas superestimadas, os números
lhe dão respaldo. Em 2004, a arrecadação
de tributos (impostos, taxas e transferências) foi de
R$ 5,95 bilhões. Contabilizando a inflação
para este ano, o número subiria para R$ 6,33 bilhões.
É um valor menor do que os R$ 6,7 bilhões projetados
no Orçamento para 2005 -corroborando a tese do secretário
de que a previsão está inflada.
A assessoria da ex-prefeita disse que não houve aumento
real nos valores do Orçamento. Apenas uma correção
pela inflação.
Ressaltou que assessores de Marta convidaram a equipe de Serra
para discutir o assunto com os vereadores, mas que eles não
participaram das conversas.
As afirmações de Costa foram feitas após
audiência com 50 empresários da construção
civil. Eles foram cobrar dívidas relativas ao final da
gestão Marta -R$ 64 milhões, sendo que parte do
serviço já foi executada.
O secretário garantiu que "não haverá
calote". "Vamos pagar de acordo com nossas possibilidades",
afirmou. As dívidas começarão a ser quitadas
em fevereiro.
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S. Paulo |
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