O programa
Luz para Todos, do Ministério de Minas e Energia, tem
se concentrado em estender a rede elétrica na zona
rural. No entanto, há comunidades tão afastadas
que levar a rede até elas ou não é possível
ou não é financeiramente vantajoso. Nesses casos,
a melhor forma de trabalhar é através das fontes
de energia renováveis. E, nessa função,
a experiência das organizações não-governamentais
é essencial.
“A extensão da rede elétrica é
algo que as concessionárias fazem facilmente. Não
faziam antes, porque faltava interesse comercial para construir
mais alguns quilômetros de linhas para levar energia
a um grupo muito pequeno de pessoas.
Com o Luz Para Todos, o interesse nesse tipo de ação
surgiu. Essa foi a primeira fase dos trabalhos”, explica
Augusto Jucá, oficial de programa da unidade de Meio
Ambiente e Energia do PNUD Brasil. “A segunda fase se
concentra naquelas pessoas que estão longe demais até
mesmo para a extensão da rede elétrica, como
algumas na Amazônia, por exemplo. Levar a rede até
elas não é economicamente interessante e muitas
vezes é tecnologicamente impossível, por isso
as fontes de energia alternativas são importantes.
E, por isso, as concessionárias vão precisar
das organizações não-governamentais”,
afirma.
Frente a esse desafio, o PNUD e a USAID (Agência dos
Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) vão
organizar uma oficina entre ONGs na quinta-feira, 28 de abril.
Durante todo o dia, na sala Sérgio Vieira de Melo,
na sede do PNUD, membros das entidades vão discutir
os desafios que enfrentaram e como fizeram para resolvê-los.
Entre os participantes estarão representantes da RENOVE
(Rede Nacional de Organizações para as Energias
Renováveis), do IDER (Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Energia Renovável) e do Instituto
Eco-Engenho.
“Não existe uma bala de prata que resolva os
problemas de todas as comunidades do mesmo jeito e de uma
vez só”, diz Jucá. “Essa troca de
experiências pode facilitar o trabalho de todos”,
ressalta.
Há ainda um outro aspecto que deve estar envolvido
na discussão: o uso produtivo da energia. “A
eletricidade numa comunidade não serve apenas para
as pessoas ligarem uma TV e assistirem o Faustão. Não
que isso não tenha sua importância também,
mas não é só isso. A energia serve para
a criança poder estudar à noite, para a mãe
costurar, para a comunidade fazer irrigação
e outros tipos de trabalho. A energia não é
fim, é meio”, completa.
As informações são do PNUD Brasil.
|