O ministro
da Cultura, Gilberto Gil, quer que o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) ajude a promover
o Centro Internacional das Indústrias Criativas (CIIC),
cuja concepção foi lançada oficialmente
na manhã desta terça-feira ( 19/04), em Salvador,
durante fórum internacional sobre o assunto.
Durante a apresentação da chamada Declaração
da Bahia, documento que fez um resumo das discussões
dos primeiros dois dias do fórum, o ministro fez um
apelo aos bancos regionais para que apóiem a criação
do Centro e promovam um encontro sobre economia criativa.
Ele citou, nesse sentido, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
o Banco Europeu, o Banco Árabe, o Banco Africano e
o próprio BNDES.
A reunião dos agentes financiadores faz parte de uma
agenda para incentivar debates sobre as indústrias
criativas e o Centro da ONU. Em março, em Genebra,
um encontro reuniu representantes de áreas da economia
e do desenvolvimento de 18 países para discutir questões
relativas à cultura. Gil pretende pôr o tema
em pauta em junho, na Espanha, durante encontro de ministros
da Cultura e Desenvolvimento.
Em outubro, em Nova York, acontece a primeira reunião
de um grupo de trabalho criado nesta terça-feira para
planejar a implantação do CIIC; o evento será
coordenado pela Unidade Especial do PNUD para Cooperação
Sul-Sul. A UNESCO (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura) também se ofereceu para sediar um encontro
em seu escritório em Paris. As organizações
integrantes deste comitê deverão ser definidas
até o encerramento do fórum de Salvador, segundo
o ministro.
As informações foram divulgadas durante a apresentação
da Declaração da Bahia. “Os participantes
registraram a oferta feita pelo governo brasileiro para sediar
o Centro Internacional das Indústrias Criativas”,
disse Edgar Teles Ribeiro, do Departamento de Cultura do Ministério
das Relações Exteriores, enquanto lia a íntegra
do documento.
Na ocasião – que foi precedida de uma belíssima
apresentação da Didá, banda feminina
de percussão, e de uma coreografia em homenagem aos
índios –, o embaixador Rubens Ricupero, considerado
por seus pares como o idealizador do projeto do CIIC, afirmou
que, de forma geral, os governos ainda enxergam a cultura
como algo supérfluo, não-prioritário.
“É preciso entender que o desenvolvimento é
um fenômeno cultural”, comentou.
Após o encerramento do painel, Gil destacou a importância
do PNUD em todo o processo de concepção do CIIC.
“Trata-se de um parceiro fundamental por ser um órgão
das Nações Unidas, capaz de fazer articulação
com outras entidades, como a Unesco e a OMPI (Organização
Mundial de Propriedade Industrial)”.
Também integraram a mesa o representante do PNUD Brasil,
Carlos Lopes; o secretário de planejamento da Bahia,
Armando Avena (que desde já disponibilizou um imóvel
no Pelourinho para sediar o CIIC); Edna dos Santos, da UNCTAD-Genebra;
e Ari Damata, representante da Prefeitura de Salvador.
MARIANA GOÉS CARVALHO
do site PNUD Brasil
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