O ano
Ibero-Americano de leitura comemorado agora em 2005, ganhou
no Brasil o nome de Vivaleitura , que faz parte de uma série
de ações coordenadas pelo Governo Federal (Ministérios
da Cultura e da Educação) por meio da Câmara
Setorial do Livro e Leitura, criada no final do ano passado
pelo Ministro da Cultura Gilberto Gil.
O Vivaleitura é coordenado também pela Unesco,
Organizações dos Estados Ibero-americanos (OEI)
e Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina
Caribe (Cerlalc), além dos Ministérios da Cultura
e Educação, ao lado da Unesco, Organizações
dos Estados Ibero-americanos (OEI) e Centro Regional de Fomento
ao Livro na América Latina Caribe (Cerlalc) - e são
responsáveis pela maior parte das atividades previstas
para este ano.
A idéia deste programa, segundo descreve o site do
Vivaleitura, é envolver Governos (federal, estaduais
e municipais), escolas, professores, bibliotecários,
escritores, editores, livreiros, organizações
não-governamentais, meios de comunicação,
empresas privadas e todos aqueles que vêem a Leitura
como uma questão estratégica para a Nação,
inclusive para promover inclusão e cidadania, estão
sendo convocados para deflagrar um grande movimento nacional.
O número de projetos, programas, eventos e outras atividades
desenvolvidas por governos, empresas privadas e organizações
não-governamentais em 2005 no País deve chegar
a 100 mil até dezembro. A estimativa foi divulgada
ontem pelo coordenador Geral do Vivaleitura 2005 (como o Ano
é chamado no Brasil), Galeno Amorim, do Ministério
da Cultura.
Fome de Livro
No âmbito do governo, além do fim dos impostos
e taxas sobre livros anunciado em dezembro pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, durante o lançamento
do calendário do Vivaleiturta 2005, estão previstas
ações como a criação da Câmara
Setorial do Livro e Leitura, do Plano Nacional do Livro e
Leitura e do Fundo Pró-Leitura e várias campanhas
de estímulo à leitura no rádio, televisão,
jornais e revistas. Também estão em andamento
programas para abrir novas bibliotecas, apoiar escritores
e conceder linhas especiais de crédito o mercado editorial.
Como conseqüência dessas ações,
há um grande otimismo entre editores e livreiros que,
segundo pesquisa divulgada na semana passada pelo Ministério
da Cultura, vão investir este ano R$ 239 milhões
(48% mais que em 2004) e apostam no reaquecimento dos negócios
na área (77% disseram que a sua atividade será
melhor ou muito melhor em 2005).O MinC (Ministério
da Cultura) e o MEC (Ministério da Educação)
também desenvolverão em conjunto outros projetos
como a "Caravana de Escritores" nas Universidades
e o "Circuito Nacional de Feiras do Livro", que
vão integrar o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL),
"Fome de Livro", que está sendo elaborado
Tmbém pelo Governo Federal.
O primeiro desafio, segundo os responsáveis pelo
programa Vivaleitura, é identificar, estimular a integração
e dar visibilidade a tudo que se faz pelo País afora
- com abrangência, riqueza, diversidade e dose extraordinária
de criatividade e talento. "A segunda é fazer
mais - seja estimulando novas iniciativas, fomentando as parcerias
ou através de ações próprias de
ministérios, governos estaduais e prefeituras que dêem
à Leitura a dimensão de uma Política
de Estado. E tendo como ponto de partida uma visão
republicana de planejar e executar políticas de leitura
para todos. E, sobretudo, com todos!", conforme explica
texto publicado no site do programa.
O Ano Ibero-americano da Leitura será comemorado em
21 países da Europa e das Américas em 2005.
Aprovado, em 2003, pela Cúpula dos Chefes de Estado
dos países ibero-americanos, é coordenado pela
OEI (Organização dos Estados Iberoamericanos),
Cerlalc (Centro Regional para o Fomento do Livro na América
Latina e Caribe), Unesco e Governos dos países da região.
No caso do Brasil, pelo Governo Federal, através dos
ministérios da Cultura e Educação e pela
Assessoria Especial da Presidência da República.
Em andamento
Os projetos de ações, publicações
ou eventos podem ser cadastrados pelo próprio site
do Vivaleitura, de qualquer lugar do país, desde que
dentro de 4 eixos principais: democratização
do acesso; fomento à leitura e formação;
valorização do livro e da cultura; e apoio à
criança e à produção.
Entre as dezenas de projetos já cadastrados no Vivaleitura,
destaca-se o "Projeto Incentivo à Leitura",
da ONG Alfabetização Solidária (Alfasol),
que começou em 1997 e hoje tem alcance nacional: "A
Alfasol percebeu que a criação de centros de
estudos, salas de leitura e bibliotecas pode fortalecer o
processo de alfabetização dos alunos e da comunidade",
explica a assessoria de imprensa da ONG.
Ainda segundo a assessoria, na maioria das cidades, os centros
ou pequenas bibliotecas mantidas pela ONG constituem um estímulo
para a maior participação de jovens e adultos
nos meios sociais, colaboram para o fortalecimento dos valores
de cidadania e fomentam inclusive o convívio social.
"Tudo isso contribui para o enriquecimento cultural do
indivíduo e melhoria da qualidade de vida a região",
completa.
Hoje, a Alfasol soma 4,9 milhões de pessoas atendidas
em mais de 2 mil municípios e conta com a parceria
de 166 empresas e 209 universidades, que já capacitaram
juntos, mais de 210 mil alfabetizadores.
A rede de supermercados Extra, por exemplo, exerce um papel
no projeto de Incentivo à Leitura, de arrecadadora
de livros usados que já renderam mais de 800 acervos
no país. Outro exemplo é o trabalho da Associação
Biblioteca Cidadã, que doou cerca de 90 mil livros.
Já a rede de livrarias Nobel reverterá para
o projeto 50% do montante levantado com as vendas de obras
deste ano.
O Extra, aliás, realizou no início deste ano
a 6ª campanha Nacional de Arrecadação de
Livros. Além do Alfasol, as doações beneficiaram
ainda o "Programa Quero Ler - Biblioteca para Todos",
uma parceria entre os Governos Federal, Estaduais, Municipais
e iniciativa privada e ainda para o projeto "São
Paulo Um Estado de Leitores", da Secretaria de Cultura
de São Paulo. Além de outras entidades sociais
parceiras do Extra como Instituto Ayrton Senna e Ação
Comunitária.
Outros projetos de incentivo à leitura
Independente do Vivaleitura, outros projetos de incentivo
á leitura têm sido implementados no país,
seja por meio do terceiro setor, setor privado ou de parceria
de ambos. Um exemplo é o "Projeto Círculos
de Leitura", do Instituto Unibanco que vai realizar em
parceria com o Instituto Fernad Braudel, 24 círculos
de leitura em escolas estaduais localizadas em comunidades
da periferia de Diadema e São Bernardo.
Ou ainda o Proler - Programa Nacional de Incentivo à
Leitura da faculdade Unisanta, de Santos (SP) que "desenvolve
um programa com vistas à formação do
leitor cidadão e, sendo assim, sua práticas
passam pela escola, exigindo uma mudança pedagógica
e um novo olhar da educação sobre a leitura
encontrando extensão para além dos muros escolares",
explica texto disponível no site.
Outro exemplo, é o apoio à Expedição
Vaga-Lume pela empresa Guascor, que garantiu a instalação
de pelo menos 90 mini-bliotecas em municípios da Amanzônia.
LISANDRA MAIOLI
do site setor3 |