O Ministério
da Educação, em parceria com a Unesco, pretende
implantar, a partir do próximo ano, um projeto para
tentar reduzir o índice de violência em escolas
da rede pública.
Resultados preliminares da pesquisa "Vitimização
nas escolas", apresentados ontem em Brasília,
apontam que 83,4% dos alunos entrevistados em cinco capitais,
além do Distrito Federal, dizem haver violência
onde estudam.
Foram ouvidos 12.312 alunos de 143 escolas da rede pública
de ensino fundamental e médio. A amostra foi expandida,
ou seja, os dados correspondem a 2,115 milhões de estudantes.
Segundo o ministro da Educação, Tarso Genro,
o projeto deve ser iniciado, em fase de teste, em escolas
de três a cinco Estados com maiores índices de
violência.
A proposta, segundo Tarso, é combinar informatização
dos estabelecimentos à participação da
comunidade no processo escolar.
Inclui ainda a abertura das escolas aos finais de semana,
um projeto que já é desenvolvido pela Unesco
em parceria com alguns Estados. Segundo o ministro, caberá
ao MEC a articulação com os governos estaduais
e municipais.
Na próxima semana, está prevista uma reunião
entre técnicos do MEC e da Unesco para tentar fechar
a proposta.
Os resultados preliminares da pesquisa "Vitimização
nas escolas" apontam ainda que, mesmo entre os alunos
com opinião positiva sobre o local onde estudam, há
uma percepção da violência no local. Entre
os estudantes que classificaram a escola como boa ou ótima,
78,3% deles dizem haver violência no local.
Esse índice sobe para 90,7% quando são contabilizados
os alunos que dizem achar a escola péssima ou ruim.
Foram incluídos como casos de violência desde
brigas e xingamentos até furtos e roubos. A apresentação
dos dados foi feita na abertura do Congresso Ibero-americano
sobre Violências nas Escolas, que termina hoje em Brasília.
MARTA SALOMON
da Folha de S. Paulo
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