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“O assalto do apresentador teve
tamanha repercussão, trouxe muita discussão.
Isso é bom. Mas, fiquei impressionada com a nossa sociedade
que está cada vez mais compassiva com erros gigantescos.
Afinal, não se pode justificar a violência contra
um milionário, só porque é milionário!
Somos hipócritas e superficiais. Não é
a toa que os brasileiros são tão mal vistos
no exterior. Quando se pensa, ‘agora, finalmente, uma
mulher vai passar isso a limpo!’ Não demora e
ela aparece nua em alguma capa de revista que vende milhões
para os ‘brasileiros ïndignados’.
Não se pode dividir o Brasil
entre pobres x ricos, negros x brancos, como o governo equivocadamente
tem feito. Adorei o texto de Huck nas páginas amarelas
de “Veja”. Acho que seu pensamento é legítimo:
as escolas precisam ser valorizadas, as escolas públicas
principalmente, deveriam ser lindas, limpas, com professores
e técnicos capacitados e treinados constantemente.
Só assim o Brasil pode mudar. Vi outra matéria
falando que em Brasília as escolas públicas
adotaram as câmeras internamente. Achei excelentes,
já vem dando algum resultado.
Ouvi, sem acreditar, um sociólogo
dizendo que isso não é bom e blá-blá-blá.
Lógico que precisamos antes da boa educação,
que começa em casa, com correções, restrições,
carinho, amor e responsabilidade. No entanto, gostaria de
lembrar aos menos avisados que, em Mônaco, as ruas estão
permanentemente com câmeras ligadas e o local é
dos mais ricos, educados e seguros do mundo. Alguns dizem
que estamos desnorteados e perdendo os valores. Eu pergunto,
já os tivemos?
Ana Maria – annalibanio@hotmail.com
“Um relógio se vai. Outros
olhos verão o tempo passar em seu pulso. Presente da
esposa, roubado para ser presenteado. Vaidade se confunde
com necessidade que volta a ser vaidade. Huck falou da família,
de amor a sua cidade, de balas de caramelo. Ainda existe doçura
em suas palavras.
O rolex é o ‘tempo de ouro’
estacionando em braços brasileiros. É preciso
olhar para nosso pulso e seguir mais adiante, apreciando cada
parte do nosso corpo e lembrando que existem tesouros em nós
que podem ser ressaltados. Não sou jornalista, mas
se fosse, ousaria escrever sobre temas mais felizes, mais
comunitários, mais culturais, mais regionalistas. Parabéns
Dimenstein pela perspectiva da notícia!”
Alessandra Loyo, Recife (PE)
– alecaloyo@gmail.com
“Acredito que todos temos o direito
de andarmos com relógio no pulso. Não importa
a marca nem o material. Temos o direito de andarmos com o
que quisermos.”
Antônio Cláudio
Onofri – antonio.onofre@serpro.gov.br
“Essa sem dúvida nenhuma
é a noticia do século. Quanto custava o rolex
do preibói (playboy): R$ 10mil, R$ 20mil? Para que
um sujeito precisa de tanto pra ser feliz? Esa é a
desgraça do capitalismo selvagem onde é cada
um por si e Deus por nós. O Luciano agora está
dando muita importância para questão da segurança
porque é algo que agora aconteceu com ele. Pergunto:
antes ele tinha a mesma opinião e preocupação?
O problema do Brasil e do mundo é
essa baita demagogia e hipocrisia que rola pra todos os lados,
porque, no fundo, no fundo ninguém está aí
pra ninguém. Eu mesmo já fui assaltado três
vezes e nem por isso joguei a culpa na criminalidade e sim
na classe burguesa (elite) que escraviza uma sociedade inteira
pra suprir suas necessidades mesquinhas. Nunca houve uma divisão
justa nesse merda país.
Primeiro esse tal Luciano não
é santo, mas sim parte do problema pelo fato de trabalhar
em uma emissora que sempre atrapalhou o avanço da igualdade
nesse país colocando diariamente todo tipo de lixo
através de seu jornalismo porco parcial e suas novelas
ridículas cheias de demagogia, hipocrisia, cinismo.”
Aldo Fagundes –
mano.bender@gmail.com
“Gilberto, sua opinião
de que rolex, leite e moto são artigos que não
devem ser roubados é coisa de principiante. É
óbvio que ‘não roubarás’
é um mandamento universal. Agora, quantos litros de
leite valem uma moto ou um rolex? Não seria muito melhor
que o Huck andasse com um relógio mais barato, por
exemplo um rolex falso?”
Wagner Nóbrega Gimenezes
– wngimenez@al.sp.gov.br
“Concordo em parte com sua conclusão.
Realmente, e por diversas vezes, o jornalista vive demais
no seu próprio mundo. Certamente alguns pontos das
grandes discussões entre os profissionais do jornalismo
seriam mais bem assimilados com a regionalização
ou a personalização da informação.
Nós temos a mania de escrever
para nós mesmos. O que realmente importa é escrever
o melhor texto, mas para quem? Essa é uma das grandes
falhas que eu acredito ter o jornalista. A outra delas é
a dificuldade de admitir ou corrigir erros, mas acho que essa
é uma outra história."
Michel Prado, Curitiba (PR)
– michel.prado@yahoo.com.br
“Finalmente alguma coisa interessante.”
Amélia –
amélia-costa@uol.com.br
“No último século,
gerações de pobres e pseudo-ricos se acomodaram
com o resultado negativo da equação de equilíbrio
sócio-financeiro que impera em todo planeta. Cada vez
mais se cria e perpetua a índole má do ser humano
que, a título da globalizada ‘just in time’,
sonega impostos da moral e dos valores.
Aquele saudosista pedinte de farol
de 50 anos atrás virou um birô de negócios
escusos, uma holding de indústrias do crime e com formação
de mão de obra farta para abastecer este mercado com
sobras. Já a elite espartana, armada até os
dentes, vive à mercê dessa sua armadilha. Todos
os dias cegamente dão tiro nos próprios pés
a cada conchavo fechado com políticos, cartéis
de empresários e B2B à ferro e à fogo
e novos Rolex, sonhos, infâncias e futuro continuarão
sendo roubados nas esquinas de um país desigual, míope
de suas verdadeiras demandas, que deteriora as fronteiras
das relações da moral e cidadania, no qual Lucianos
e periferia, povos do mesmo sangue só se sociabilizam,
se ‘cruzam’, em uma ‘guerra civil social’
maquiada pelo pão e circo de décadas de pilhagem
das capitanias hereditárias da mídia global,
pelas trincheiras de batalha da banalização
aos bens do prazer.
Desbotaram nosso povo pardo, um povo
que já foi sinônimo de alegria e fartura, que
agora caminha para a inanição de suas crenças
e heranças de um mundo melhor.”
Fernando – fernando@assimseguros.com.br
”Até onde vai esse ‘progressismo
comunitário’ da classe média alta de Dimenstein
ou de Huck? Será que essas ‘reformas’ e
ONGs podem realmente criar uma perspectiva?
Vamos continuar nos enganando, encontrando soluções
pífias enquanto o mundo desaba?”
Carlos Karp –
karpinha@gmail.com
“A colocação dele
fez com que toda a sociedade tomasse parte em uma discussão
que, espero, pode gerar alguma ação concreta
para diminuir a violência na sociedade. Pessoalmente,
creio que o artigo do Huck foi muito feliz. Ora, muitos são
os membros da sociedade que o criticaram por ele estar levantando
uma bandeira indevida, afinal roubaram o Rolex dele e logicamente
ele tem condições de ter quantos Rolex quiser.
Ele é criticado como se tivesse obrigação
de tolerar o roubo por ser rico.
Ou também o criticam por andar
de Rolex em São Paulo, ‘que cara louco!’
Não é por aí. Ele (até que se
prove o contrário) é um cidadão de bem,
que paga seus impostos fruto de um trabalho honesto. Como
ele gasta o próprio dinheiro, não é problema
da sociedade. E uma vez que ele está em dia com seus
deveres de cidadão tem todo o direito de querer segurança
para transitar livremente pela cidade, sem temer pelo seu
relógio e muito menos pela sua vida!
Creio que as pessoas tendem a inverter os valores. Defender
os bandidos, pois eles não tiveram a condição
que o Huck teve? Onde já se viu? É o maior dos
absurdos. O que tem de ser feito é o governo cuidar
do povo. E cuidar não é isso que o Lula está
fazendo, dar Bolsa Família a milhões de brasileiros.
Cuidar do povo é formar, gerar emprego dar condições
de saúde, moradia, segurança. Não é
possível aceitar que a indústria de blindados
no Brasil seja uma potência em crescimento. Blindados
devem servir para uns poucos cidadãos apenas, e não
ser objeto de desejo da classe média. Este tipo de
situação é o que me dá cada vez
mais vergonha de ser brasileiro.
Michal Kulpa Neto –
michal.kulpa@expandra.com.br
“O artigo sobre o assalto sofrido
por Luciano Huck não repercutiu pelo fato dele ter
sido assaltado, mas pelo o que ele expôs no artigo.
Luciano Huck é realmente um artista sensato e preocupado
com a sociedade, não olha somente para o seu umbigo.
O seu desabafo é o mesmo qualquer pessoa de classe
média e baixa, que fica exposta a violência dos
bandidos, marginais e drogrados.”
Carla Cristina Ferauche –
carlacf@grieg.com.br
“A carta do Luciano Huck representa
a indignação de um cidadão por ter sofrido
um assalto em São Paulo, ameaçado com uma arma,
correndo o risco de não ver os filhos crescerem. Até
aí, ok. Nada mal que uma pessoa pública use
de seu fácil acesso aos meios de comunicação
para ajudar a expor as mazelas da sociedade, certo?!
Sim, se a carta não tivesse
um triste tom de "estava tudo bem, até que aconteceu
comigo", escrita por um cidadão que paga seus
impostos (pois bem, posso imaginar que grande parte dos brasileiros
também o faça, a não ser os que não
têm renda suficiente para serem declarantes, ou vamos
sempre nivelar a população por baixo?) e tem
filhos (mas... seria ele o único pai de família
ameaçado nas cidades brasileiras?).
O que poderia ser uma expressão
de indignação verdadeira tornou-se qualquer
coisa, menos isso. Até propaganda do filme Tropa de
Elite existe no texto, além de clichês (‘E,
como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo,
quase recebo balas de chumbo na testa’), frases pobres
e piegas (‘Não queria assumir que estávamos
vivendo em Bogotá’). Mais pareceu um desabafo
feito no consultório de um analista, não um
clamor por segurança para chegar às autoridades.
Enfim, mais uma vez perde-se uma boa
oportunidade de tornar a discussão sobre a violência
algo sério e aprofundado, com soluções
práticas e realizáveis. Continuamos no ‘ó,
por-que-o-Brasil-país-de-tão-belas-paisagens-é-tão-violento?’,
sentamos a bunda na cadeira e esperamos a próxima ‘triste
notícia’ no Datena.
Telma De Luca Maimone -
telmadeluca@uol.com.br
“Não somente por
conta do repetitivo e ‘pizzaiollo’ repertório
de notícias políticas que as pessoas - jovens
inclusive - estão se interessando por outros temas
mais ‘sociais’, digamos, como a violência
generalizada, numa esperança - espero que não
seja vã - de nessa seara, pelo menos, se vislumbrar
um saldo positivo, efetivo.
O ponto do depoimento do Luciano Huck mais comentado foi que
ele se assustou de ter sido’justamente ele’ alvo
da bandidagem, da violência. Não foi justo, isso
é incontroverso. A questão é: quando
a dor do próximo fica mais próxima significa
que está na hora de se fazer algo e, ‘justamente
ele’ dispõe de meios para dar voz a toda sua
indignação.
Kátia Dias Freitas,
Brasília (DF) –
kátia.Freitas@camara.gov.br
“Aprecio muito os seus comentários.
A sua coluna a respeito do assunto é muito pertinente
ao momento vivido por nós brasileiros, mormente os
não incluídos em qualquer produção
de mídias, mas, temos que aproveitar a oportunidade
da inclusão da era digital, o que estou fazendo.
Já sou um senhor sexagenário; aos seis anos
quem governava era Getúlio Vargas (dou esta informação
para que você tenha um parâmetro de quantos governos
já passei e, nessa idade eu acompanhava meu pai às
reuniões do diretório do antigo Partido Democrata
Cristão e já assistia aos debates e comentários
políticos).
Parafraseando o nosso presidente, ‘nunca na história
deste país’ houve tanta impunidade no meio político,
como atualmente. E considerando que o povo busca em seus líderes
o modelo de ética, então o povo brasileiro dispõe
de um referencial que só leva ao desprezo total pelos
valores que deveriam estar presentes no dia a dia de cada
um (respeito ao seu semelhante e à sua liberdade de
ir-e-vir).
O Rolex do Luciano – que poderia ser até de ouro
18 K – não seria nada em comparação
com vidas tiradas, como já aconteceu com uma jovem
que apenas portava uma câmera digital! (Titubeou para
entregá-la e foi atingida por disparos fatais!).
As leis então...o Estatuto do Desarmamento estabelece
um valor aviltante para que o cidadão tenha direito
de possuir uma arma em sua residência, além de
exigências equivalentes a ser um piloto de jato comercial
(psicotécnico, curso de tiro, avaliação
psiquiátrica, etc, etc). Pergunto: E a bandidagem,
que já possui arma antitanque, mísseis anti-aéreos?
Como lhes é aplicada a lei? Quando presos, cumpre um
terço da pena e ganham as ruas, embora sejam desequilibrados
mentais, prontos para matar novamente!
E os juízes que têm o direito de portar armas?
Quantos já vimos no noticiário que executaram
pessoas por banalidades!
Gilberto, devo dizer que tenho pena de meus quatro netos (um,
já com 15 anos!), pelo Brasil que vai ‘sobrar’
para eles se não tomarmos alguma atitude séria
agora. É preciso educação, justiça
social e leis ‘mais inteligentes’ e exeqüíveis.
Você como jornalista tem grande responsabilidade nisso.
Nós, cidadãos, precisamos, no boca-a-boca, conscientizar
nossos irmãos que o assistencialismo dos ‘bolsa
isso, bolsa aquilo’ serve somente para cegá-los
quanto à grande realidade que está aí
fora: um Brasil sem expectativas!
Pena! Nossa sociedade já acha que não adianta
mais ir às ruas clamar por mudanças. (estamos
atônitos, e pior: apáticos).
Rubens Luiz Rega –
ipus@ipus.org.br
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