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“Ao ler o artigo “A
revolta dos medíocres”, no Jornal Folha de São
Paulo, entrei em contradição própria.
Logo no início do texto, é
afirmado que \"Já na próxima sexta feira,
professores reúnem-se na praça da Sé
para, entre outras queixas, reclamar desse sistema de mérito\".
Bem, concordo com o Sr. Dimenstein quando critica a resistência
de alguns profissionais quanto ao mérito.
O que mais me intrigou foi o fato
de ter-se furtado desse \"outras queixas\". Resolvi
pesquisar para ver quais são as pautas a serem discutidas
nessa paralisação do dia 24/08.
* Reajuste salarial ( o último
foi há 2 anos)
* Piso segundo o Dieese (R$ 1.626,56 em Junho)
* Limite de 35 alunos por sala
* Respeito à data-base.
Bem, não encontrei nenhuma
pauta sobre a fiscalização ou gratificação
por mérito. Apesar de achar que é sim necessária,
o que está acontecendo é que não está
claro como esse mérito vai ser analisado. Seria por
notas? Bem, digo que vários profissionais não
tão sérios (que existe em qualquer profissão)
atribuirá notas de qualquer maneira. Seria por projetos
educacionais? Seria através de provas externas?
Creio que o Governo do Estado tenha
que deixar muito claro quais serão os parâmetros
de avaliação. Não tenho o interesse nessa
gratificação. Todos os dias encosto a cabeça
no travesseiro e durmo com o sentimento de dever cumprido.
Infelizmente o que vemos é
que não existe vontade política de se arrumar
a situação, somente toma-se medidas paleativas
para tapar um buraco, mas que, ao mesmo tempo cria-se outro.
Por isso, sou sim a favor da paralisação
e que a sociedade possa estar engajada nessa luta. Afinal,
não é uma luta por nós professores (que
um dia vamos nos aposentar e morrer todo todo ser humano)
a luta é pelo desenvolvimento dos nossos filhos e da
sociedade como um todo. É pelo desenvolvimento do Brasil.
Depois não reclame dos índices de criminalização
e desemprego!”
Prof. Ivan Claudio Guedes,
Guarulhos-SP
“Leio sua (s) colunas todos os domingos, e hoje não
pude conter minha indignação ao ler o que você
pensa sobre a paralisação prevista para o dia
24/08/07. Por favor, acesse o (s) sites das entidades, em
especial o da Udemo, da qual sou associada e veja que o motivo
maior deste ato, não é protestar contra a avaliação
dos serviços públicos, e aqui,em especial a
da educação e de seus trabalhadores. A situção
que vivenciamos nos últimos anos é de total
descaso e de falta de consideração. As condições
de trabalho e de infra-estrutura, além das questões
salariais são aviltantes, para quem quer uma educação
de qualidade. Avaliem, sim!, mas antes nos propiciem as condições.”
Elita
“Gostaria de fazer uma ou duas ponderações
sobre este trecho da sua coluna:
Mesmo que, num ranking geral, o colégio não
fique bem colocado, o esforço será reconhecido.
A base de comparação são os indicadores
internos de cada instituição, e não da
rede de ensino; do contrário, seria uma injustiça
com os professores que trabalham na periferia.
Considere este caso: um professor em uma escola de periferia
de uma grande cidade; essa escola tem vários dos problemas
conhecidos que dificultam o sucesso dos alunos em sua aprendizagem.
Porém, esse professor tem compromisso com seus alunos,
está sempre presente, participa dos conselhos de escola
e classe e série ativamente, está sempre em
contato com as inovações de sua área,
enfim, é um "ótimo" professor.
Mas sua escola se saiu muito mal nos indicadores de desempenho
e avaliações externas. Como ficaria sua premiação
neste caso? Pois, em seu texto parece-me que não ficou
claro como se resolveria uma questão como esta que
coloquei.”
Arnaldo
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