O secretário do Verde e do
Meio Ambiente, Adriano Diogo, afirma que a prefeitura agiu
com "bom senso" ao reforçar o plantio de
árvores em regiões já privilegiadas em
arborização urbana. "Poderia ser na zona
leste [o plantio], mas, pelo bom senso, a gente tenta usar
na mesma região [das obras]". E depois explica:
"Geralmente o empreendedor [que paga] quer ver onde o
dinheiro dele está sendo aplicado. Então é
uma coisa complicada dar visibilidade".
Mas ele é o primeiro a dizer
que não há obrigação de fazer
a compensação ambiental só na área
desmatada e que ela seria "absurda" porque "a
cidade de São Paulo deve ser o território base"
levado em consideração.
A opinião é compartilhada
pelo presidente da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, o arquiteto Paulo Celso Dornelles Del Picchia, para
quem a preocupação com o plantio de árvores
deve estar presente tanto no planejamento urbano como no das
compensações ambientais.
"Todos os estudos que mostram
diferenças no clima e na arborização
urbana deveriam ser usados para nortear as intervenções
pelo princípio da sustentabilidade e de retomada do
equilíbrio da cidade como um todo, uma vez que os problemas
advindos dessas diferenças regionais também
atingem a população como um todo", afirma
Del Picchia.
Ele lembra que a arborização
urbana, cujo início se marcou pela função
meramente estética, passou, no século 19, a
estar intimamente ligada à qualidade de vida.
O custo médio de uma muda nos
padrões exigidos pela prefeitura é de R$ 165,90,
segundo a secretaria. Ou seja, os gastos com o plantio de
novas unidades será de R$ 156,2 mil (o ganho bruto
deverá ser de 942 árvores). Só que o
empreendedor que está bancando esse valor, desta vez,
é o próprio poder público, já
que ele é o responsável pelas construções.
Diogo diz que está transplantando
árvores adultas dos locais das obras "para áreas
bonitas, de grande visibilidade, que comportam árvores
grandes".
Segundo ele, as espécies a
serem plantadas serão, por ordem de prioridade, frutíferas
(como jabuticabeiras), com flores (quaresmeiras) e nativas
da mata atlântica. De 2001 até o fim do ano,
a previsão é que terão sido plantadas
86,7 mil árvores na cidade, 25,2 mil nas ruas.
MARIANA VIVEIROS
da Folha de S.Paulo
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