O início de três obras
fez o já complicado trânsito de São Paulo
piorar ainda mais. Dos 15 períodos medidos das 7h às
14h de ontem, a lentidão piorou em 14.
A congestionamento chegou ao auge
nesse intervalo às 8h30, quando os medidores da CET
(Companhia de Engenharia de Tráfego) registraram 95
km. A média das segundas de março de 2003 era
de 83 km.
O maior volume de tráfego surge
no primeiro dia útil em que a cidade ganhou mais três
obras, nas avenidas Ibirapuera (zona sul) e do Estado (centro)
e no viaduto Bresser (centro).
Elas se somam a outros canteiros,
como os das avenidas Rebouças, Cidade Jardim e Brigadeiro
Faria Lima, surgidos em 2004, ano em que a prefeita Marta
Suplicy (PT) buscará se reeleger.
No início da manhã,
o congestionamento manteve-se próximo à média
das segundas-feiras de março de 2003 --17 km às
7h, contra 16 km na média de 2003, e, às 7h30,
43 km e 44 km, respectivamente. Já às 8h, os
83 km de ontem já superavam com folga os 69 km da média
do mês em 2003.
Das três novas obras, a de menor
prazo é a da avenida do Estado, parcialmente fechada
para reparo na rede da Eletropaulo, que deve levar 20 dias.
Os carros são desviados para as ruas Luís Gama
e da Mooca, deixando a única faixa livre para veículos
pesados.
No viaduto Bresser, em obras desde
abril de 2002 e interditado totalmente anteontem, a reforma
estrutural de R$ 11,6 milhões deve ir até o
fim de julho.
Reclamações
Na avenida Ibirapuera, que teve interdição
parcial anteontem de uma faixa num trecho de 500 metros, será
feito, até agosto, o Passa-Rápido - nome que
a prefeitura dá aos corredores de ônibus. Mas
os moradores da região estão preocupados com
o corte de 35 árvores e a remoção de
outras 97.
"A avenida Ibirapuera, segundo
o Plano Diretor da cidade, faz parte de um corredor verde
que vai ser criado em 2006", diz o analista de sistemas
Fernando Grandjean, 38, que entregou ontem à prefeitura
mais de 1.200 assinaturas de moradores contra a medida.
Segundo a SPTrans, empresa municipal
que gerencia o transporte coletivo na cidade, a avenida ficará
com mais árvores quando a obra for concluída,
já que as removidas serão recolocadas e 128
mudas serão plantadas.
Já motoristas e comerciantes
do Brás e do Bresser reclamaram que não foram
avisados da obra. Antonia Odete de Lima, gerente de uma loja
de materiais de construção na rua do Hipódromo,
apontou atraso nas entregas. "Os caminhões conseguiam
sair da alça em até dez minutos. Agora não
conseguem nem em uma hora".
A reportagem procurou a área
técnica da CET para comentar o assunto, mas não
obteve resposta.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
|