Veridiana Novaes
Um prédio na rua Maria Paula,
no centro da cidade, foi reformado e transformado em moradia
popular. Inaugurada este mês, essa foi a quarta unidade
do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). O projeto é
resultado de uma parceria da Prefeitura de São Paulo
com a Caixa Econômica Federal. O objetivo é possibilitar
o financiamento de apartamentos a famílias com renda
mensal de três a seis salários mínimos.
Os imóveis custam R$ 26.540,79
e podem pagos em 15 anos. O edifício da rua Maria Paula
possui 75 apartamentos com um ou dois dormitórios e
do tipo quitinete.
A desempregada Roseli Rosário
de Souza conta que morar no Maria Paula é a realização
de um sonho por um preço mensal bem inferior aos R$
400 que eram pagos em um cortiço no bairro Santa Cecília.
“Aqui é bem melhor, tem transporte fácil,
assistência médica perto. Esse prédio
foi esperado igual a uma gestação. Quando nasceu
foi só beleza”.
Segundo Roseli, é pago um condomínio
de R$ 85 por mês, mas os moradores estão lutando
para diminuir o preço da taxa. “As pessoas do
bairro nos chamam de corticeiros. Mas nós vamos provar
que sabemos cuidar do que é nosso”.
Conforme o secretário municipal
da Habitação, Marcos Barreto, quem sugere a
demanda para as moradias é a prefeitura e os movimentos
ligados ao assunto. O papel da Caixa Econômica é
aprovar pessoas seguindo critérios rigorosos, como
não ter nome no Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC).
O PAR é um dos instrumentos
do programa Morar no Centro, desenvolvido pela Secretaria
Municipal de Habitação (Sehab) e Conjunto Habitacional
(Cohab). Imóveis ociosos ou abandonados são
reformados viabilizando moradias na região.
O Morar no Centro tem várias
frentes de atuação além do PAR. Algumas
delas são: Locação Social, construção
ou reforma de imóveis para aluguel destinados a famílias
com renda de até três salários mínimos;
e Perímetros de Reabilitação Integrada
do Habitat (PRIH), que oferece moradia e promove a requalificação
de áreas degradadas de bairros centrais. Os dois programas
são ações pioneiras e visam melhorar
a qualidade de vida do cidadão paulistano.
“Houve uma evasão de
30% dos moradores do centro em vinte anos e a prefeitura pretende
mudar esse quadro”, comenta o secretário. Ainda
este semestre, será inaugurado outro prédio
na rua Brigadeiro Tobias, com mais 84 apartamentos. Ao total,
já foram disponibilizadas 3.600 moradias.
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