Conclusão
é de estudo do Banco Mundial sobre serviços
básicos para crianças na América Latina;
país é 15º entre 19
Estudo divulgado ontem pelo Bird (Banco Mundial) aponta que,
no Brasil, a oferta de serviços básicos para
crianças é somente pouco superior à média
da América Latina. Especificamente em educação,
o país fica nas últimas colocações.
Para fazer a análise, a entidade criou um indicador
chamado Índice de Oportunidades Humanas, que analisa
fatores de ensino e de moradia (acesso a água, energia
e saneamento).
Se considerados apenas os indicadores educacionais, o Brasil
ficou em 15º lugar entre 19 países, atrás
de Bolívia, Peru e República Dominicana. Os
mais bem posicionados foram Chile, Jamaica e Argentina.
Foram analisados o número de alunos que terminam a
sexta série (antigo ginásio) na idade correta
e a quantidade de crianças entre 10 e 14 anos na escola.
Na escala de 0 a 100, o Brasil tirou 67 no indicador de educação.
A média da região foi 76.
Já na nota que condensa tanto fatores educacionais
quanto de moradia, o país subiu para décimo,
com nota 72. A média da região ficou em 70.
De acordo com o estudo, "o Brasil está perto do
acesso universal à eletricidade, a meio caminho no
saneamento e tem muito o que fazer na educação".
Repetência
Na área de educação, o Brasil teve um
desempenho ruim na quantidade de crianças na série
compatível com a idade: foi melhor apenas que Nicarágua
e Guatemala. Pesquisas nacionais e internacionais ligam a
repetência a piores notas e aumento do abandono.
Em relação ao número de jovens na escola,
o Brasil está melhor (ficou na terceira posição).
"Os dados mostram que a situação da educação
no Brasil é ruim. Mas, até a década de
80, era calamitosa, quase nenhum aluno concluía a série
na idade correta", afirmou o presidente do Inep (instituto
de pesquisas do MEC), Reynaldo Fernandes.
O próprio estudo do Banco Mundial afirma que o Brasil
é um dos países da região que mais melhoraram
sua condição de ensino em dez anos.
"Tivemos bons avanços", disse a secretária
de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar.
"Quase universalizamos a matrícula, um esforço
de 20 anos."
Para aumentar o número de alunos na idade correta em
cada série, a representante do governo Lula cita três
ações: construção de 2.000 escolas
de ensino infantil; investimento na educação
de jovens e adultos, para ampliar a escolarização
dos pais; e melhores condições de ensino.
Para esta ação, Pilar destaca o aumento em um
ano do fundamental; formação de 350 mil docentes;
e a Provinha Brasil, aplicada na segunda série.
Metodologia
Além da oferta de serviços, o estudo considerou
também a eqüidade; ou seja, se os benefícios
chegam a todas as classes.
Os aspectos considerados -matrículas nas escolas; crianças
na série correta; acesso a água, energia e saneamento-
foram escolhidos por serem "oportunidades essenciais
para que as crianças tenham potencial para obterem
melhores condições no futuro".
Fábio Takahashi
Folha de S.Paulo
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