|
"Minas
Gerais dá mais um passo nesse esforço inadiável
de promover atendimento dirigido aos nossos jovens, com o objetivo
de evitar que um dia eles sejam assediados com promessas de
uma vida fácil e acabem vítimas seja de organizações
criminosas, seja da impotência de uma sociedade que se
mostrou incapaz de lidar com suas próprias contradições.
Estaremos lançando o primeiro módulo do programa
Poupança Jovem, inédito no Brasil e proposto à
sociedade mineira na última eleição.
No projeto-piloto, 5.000 jovens que ingressaram neste ano no
ensino médio da cidade de Ribeirão das Neves,
município com menor IDH da região metropolitana
de Belo Horizonte e com graves indicadores de violência,
receberão atendimento direto por parte do Estado na sua
vida escolar, familiar e na comunidade que integram. O tempo
livre agora será preenchido por atividades extracurriculares
oferecidas por programas sociais, culturais e de capacitação.
Complementarmente, esses jovens serão estimulados com
uma poupança de R$ 3.000 a que terão direito ao
final de três anos. Para tanto, nesse tempo, os participantes
terão de fazer sua parte: esforçar-se na escola,
evitar envolvimento com a criminalidade, participar das atividades
oferecidas e de ações coletivas em apoio ao desenvolvimento
de suas comunidades. Ao fazerem a sua parte, estarão
criando condições reais capazes de assegurar uma
alternativa a seu futuro.
A quantia de R$ 3.000, que para muitos pode parecer insuficiente,
pode significar na realidade desses jovens um investimento em
mais escolaridade, o começo de um pequeno negócio
entre jovens associados, entre outras possibilidades.
Nos próximos anos, o Poupança Jovem beneficiará
50 mil adolescentes nas regiões selecionadas, tendo como
critérios o IDH, a taxa de evasão escolar e os
índices de criminalidade.
A idéia, portanto, ultrapassa a fronteira da mera distribuição
de recursos financeiros. Queremos disseminar entre eles os ativos
sociais necessários para que se tornem adultos capazes
e independentes. Por isso, é um programa-ponte, de "mão
dupla". O Estado faz a sua parte, mas exige que os jovens
participantes também façam a sua.
Com esse programa, Minas quer dizer aos seus jovens que existe
um lugar para cada um deles na nossa sociedade. Também
estamos sinalizando que não abrimos mão deles,
que os queremos cidadãos incluídos, respeitados
e produtivos.
Acreditamos fundamentalmente que é possível avançar
compartilhando responsabilidades, na medida em que o Estado
assume seu papel intransferível.
Significa criar convergência, e não mero proselitismo
para justificar a inoperância e a omissão",
AÉCIO NEVES DA CUNHA , economista,
é governador de Minas Gerais pelo PSDB. Foi deputado
federal (1986 a 2002), líder do governo Fernando Henrique
(1997 a 2000) e presidente da Câmara dos Deputados (2000
a 2002).
Trecho de artigo publicado na Folha de S.Paulo. Leia na
íntegra.
| |
|