Eles
representam cerca de 7% dos 5.511 avaliados pelo Enade (Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes) em 2005
Na outra ponta aparecem outros 425 com notas máximas
-4 e 5- tanto na prova como no Indicador de Diferença
de Desempenho
Pelo menos 369 cursos de ensino superior públicos e
particulares poderiam ser fechados ou ter o vestibular suspenso
caso essa medida dependesse de uma única avaliação
feita pelo governo federal.
Eles representam cerca de 7% dos 5.511 cursos avaliados pelo
Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) em 2005.
O exame substituiu, desde 2004, o antigo Provão. Para
ser fechado, o curso ainda passará por avaliação
in loco de especialistas.
Além desses 369 cursos terem os conceitos mais baixos
no exame -1 e 2, numa escala de 0 a 5-, eles também
foram os que menos agregaram conhecimento aos seus alunos
durante os anos da graduação.
Esse conhecimento agregado foi "medido" pela primeira
vez neste ano por meio do chamado IDD (Indicador de Diferença
de Desempenho), apresentado ontem em Brasília.
Na outra ponta aparecem 425 cursos que conseguiram notas máximas
-4 e 5- tanto na prova como no IDD.
Essa última edição do exame avaliou alunos
do primeiro e do último ano de cursos de graduação
pertencentes a 20 áreas, entre elas engenharia, biologia,
computação e letras.
Ao separar apenas a nota média obtida pelos alunos
no Enade, 27% dos cursos avaliados ficaram no patamar mais
alto (4 e 5), enquanto 20% obtiveram os conceitos 1 e 2.
"Fechar 7% dos cursos é até pouco, tendo
em vista a qualidade do que foi aberto nos últimos
dez anos", disse Regina Vinahes, professora de pós-graduação
em educação da Universidade de Brasília.
"Mesmo assim, são milhares de alunos que estão
em péssimos cursos."
Criado neste ano, o IDD mostra o esforço das instituições
de ensino superior para melhorar a qualificação
dos seus cursos. Lança luz sobre uma antiga colocação:
a de que as instituições particulares, por receber
alunos menos preparados, acabam oferecendo formação
geral que eleva o conhecimento do concluinte, mas não
chega a aparecer nos resultados finais.
Segundo os dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais), 53,5% dos cursos privados avaliados
tiveram um desempenho médio dos alunos concluintes
igual ou maior do que a média esperada para aquele
tipo de instituição. Já no caso das federais,
esse índice foi de 58%.
"A situação das particulares se aproximou
mais da realidade média do país", afirmou
o ministro Fernando Haddad (Educação) ao apresentar
os dados.
"Com o aumento das matrículas, entraram alunos
com dificuldades. Temos de dar reforço em português
e matemática", disse o presidente do sindicato
das instituições privadas paulistas, Hermes
Figueiredo.
Para o MEC, os cursos que tiveram notas 1 e 2 tanto no Enade
como no IDD "acendem o sinal amarelo" quando passarem
pela avaliação in loco.
Para fazer essa avaliação in loco dos cursos
e instituições, o Inep modificou a forma de
selecionar os especialistas-avaliadores. Até 2005,
eles eram indicados. Agora foi criado um cadastro. Cerca de
11 mil se inscreveram, a maior parte doutores. Desses, pelo
menos 3.000 serão selecionados para fazer parte do
banco de avaliadores.
Luciana Constatntino
Fábio Takahaski
Folha de S.Paulo
Enade
- Consulta aos Resultados*
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