Intenção é
medir produtividade e também estimular contato pessoal
no ambiente
de trabalho
Londres - Quando me sugeriram passar um dia sem usar e-mails,
minha resposta foi: "você está brincando!"
Mas minha expressão alarmada tinha uma razão:
ler e-mails é a primeira coisa que faço pela
manhã, e repito constantemente até dormir.
Mas empresas na Europa e nos Estados Unidos instituíram
os "dias sem e-mail", segundo elas em benefício
de seus empregados. A empresa de tecnologia Intel adotou a
medida recentemente, após seu presidente Paul Otellini
criticar os empregados que "trabalhavam a duas baias
de distância e conversavam por e-mail em vez de levantarem-se".
Outras organizações utilizam o "dia sem
e-mail" para medir a influência sobre a produtividade.
Um estudo das universidades de Glasgow e Paisley concluíram
que um terço dos usuários de e-mail se sentem
estressados com a quantidade de mensagens que recebem.
"O verdadeiro problema é a checagem constante",
diz Penny Johnson, pesquisadora de stress no trabalho da Universidade
de Sunderland. "Ela leva à hiper vigilância
e interfere com o resto do trabalho. Deve haver momentos para
deixar o e-mail de lado."
Com isso em mente, fiz a experiência de ficar um dia
sem e-mail. Uma série de acontecimentos me fez passar
o dia atrás do telefone de 200 pessoas para pedir a
mesma informação, enquanto um e-mail coletivo
teria sido bem mais prático. A primeira lição
foi de que o e-mail pode ser realmente útil. Entretanto,
a idéia de que eu podia simplesmente ignorar todas
aquelas mensagens que chegavam até o dia seguinte era
adorável. A segunda lição era de que
realmente era bom "desligar" um pouco.
Paul Otellini, CEO da Intel, defende que diminuir a quantidade
de e-mails torna o executivo mais comunicativo com seus colegas.
E conversar com pessoas sobre assuntos de trabalho aumenta
a sensação de produtividade. Há um outro
lado a se observar, no entanto. Enquanto olhar e-mails diminui
o ritmo de trabalho, a atividade pode servir para cobrir um
espaço de "bloqueio", enquanto não
há nada que se possa fazer.
Johnson diz que olhar mensagens duas vezes ao dia é
o suficiente. "Como você vai conseguir priorizar
tarefas se se interrompe constantemente para responder mensagens?"
Não discordo.
Porém, ter de localizar todas as pessoas por telefones
ou pessoalmente me fez entrar diversas vezes em uma intrincada
rede de recepcionistas, telefonistas e secretárias
eletrônicas. A idéia era reduzir o stress, mas
devido a essas dificuldades, eu não me senti muito
relaxada.
Nem quando cheguei ao escritório no dia seguinte e
dei de cara com minha caixa de e-mails deixada desde o dia
anterior. Um dia sem e-mail é uma maneira excelente
de se afastar da loucura do dia-a-dia, mas funciona apenas
quando todos na empresa adotam a medida.
Boas Maneiras no uso do e-mail
Necessidade: Avalie se é realmente necessário
enviar a mensagem que você pensa em escrever. Se ela
for destinada a apenas uma pessoa, cogite a possibilidade
de telefonar. Se a pessoa trabalha próxima a você,
vá até a mesa.
Quantidade: Se você já enviou uma mensagem,
segure a vontade de enviar outra perguntando ?você recebeu??.
Para isso existem ferramentas de aviso de recebimento. Também
evite a tecla ?Responder a Todos? quando a resposta que você
vai enviar não interessa a todos os listados.
Vocabulário: Fora ao conversar com colegas próximos,
escreva as palavras inteiras. Evite gíria de internet.
Conteúdo: Nunca repasse correntes, simpatias e arquivos
grandes não solicitados.
Alice Wignall, The Guardian
Publicada no O Estado de S.Paulo
Maioria dos americanos se sente
mal quando está desconectado
Marina Rosenfeld
Quase 70% dos norte-americanos se sentem ansiosos quando
estão desconectados da Internet. Isso é o que
revela uma pesquisa realizada pelo Solutions Research Group
e divulgada na semana passada.
Dos 68% dos americanos que sofrem dessa síndrome,
27% sentem ansiedade “aguda” quando ficam offline
por um longo tempo. Cerca de 40% afirmaram usar a Internet
quando estão na cama e mais de 60% admitiram usar dispositivos
com o Blackberry no banheiro.
O levantamento revelou ainda que muitos entrevistados se
sentem mais seguros quando conectados, na maioria das vezes
em função da necessidade de manter relações
sociais ou de trabalho.
Áudio
dos comentários
|