Mariana
Gallo
especial para o Site GD
A violência das grandes cidades tem
sido um dos fatores que mais influenciam no aumento da obesidade
infantil. Segundo um estudo da Universidade de Michigan, nos
Estados Unidos, as crianças que vivem em centros urbanos,
onde é alto o índice de violência, têm quatro vezes mais probabilidade
de se tornarem obesas do que as que vivem nas áreas rurais.
"A crescente violência faz com que os pais prefiram que as
crianças fiquem mais em casa e menos na rua", explica Claudia
Cozer, endocrinologista e membro da Associação Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
A pesquisa, realizada com 768 menores,
revelou que 17% das crianças que moravam nas áreas com maior
grau de insegurança estavam acima do peso. E, no grupo em
que a percepção de segurança era considerada média, esse índice
era de apenas 10%. Já no grupo onde a sensação de violência
era baixa, o número de obesos caiu para 4%."Além da violência,
essas crianças contam com a tecnologia que faz com que as
brincadeiras sejam em casa", alerta.
A médica explica que a violência
não é o único fator de obesidade. O fato de as crianças ficarem
no videogame e no computador sem praticar atividade física
coopera para o problema. "Geralmente as crianças exercem essas
atividades comendo alguma coisa, como não praticam exercícios
acabam acumulando gordura e provocando a obesidade", explica.
O medo da violência não é desculpa para que as crianças fiquem
na frente do computador. Segundo a endocrinologista, brincadeiras
interativas como barra-manteiga, boneca e mímica podem ser
praticadas até mesmo dentro de casa. "Como não podemos combater
a violência nas ruas, estimulamos brincadeiras interativas",
recomenda. Para ela, é fundamental que os pais limitem os
horários dos jogos eletrônicos, da televisão e distraiam as
crianças para que elas não comam durante as atividades. "Essas
precauções estimulam a criança a fazer exercícios e a comer
melhor", acredita.
Além dos problemas de saúde causados
pela obesidade - como pressão alta, hipertensão e colesterol
alto-, os aparelhos eletrônicos podem levar a criança a ter
dificuldade de convívio social. De acordo com a médica, os
pequenos obesos têm dificuldade de interagir com seus colegas
e, quando maiores, evitam lugares que expõem o corpo, como
os clubes ou a piscina do prédio. "A criança obesa quando
entra na adolescência quer emagrecer e, nessa busca pelo corpo
magro, ela certamente poderá a fazer regime por conta própria,
prejudicado sua saúde", alerta a especialista.
A doutora afirma também a família
influencia muito na alimentação das crianças, por isso quando
tiver que mudar os hábitos alimentares, a família deverá acompanha-la."Não
irá adiantar mudar a alimentação das crianças e a família
não acompanhar, será mais difícil faze-la mudar os hábitos,"
finaliza.
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