A
taxa de mortalidade entre os ratos aumenta e sua memória
se deteriora após longas exposições às
ondas de radiação emitidas pelos telefones celulares,
segundo a tese de doutorado do pesquisador belga Dirk Adang.
Os resultados foram publicados pelo jornal "Le Soir".
Adang defendeu na segunda-feira (23), na Universidade Católica
de Louvain-La-Neuve, sua tese dedicada aos efeitos das ondas
lançadas pelo aparelho para a saúde de 124 ratos
de laboratório.
Na pesquisa, ele expôs três grupos de ratos durante
18 meses (70% da média de vida dos roedores), por duas
horas ao dia, a níveis diferentes de ondas, enquanto
outros animais ficaram em um grupo de controle não
exposto às ondas.
Nos três grupos de ratos expostos à radiação,
as taxas de mortalidade alcançaram 48,4%, 58,1% e 61%
--muito superiores aos 29% do grupo de controle.
Adang verificou também o impacto das ondas sobre a
memória dos roedores e concluiu que uma longa exposição
de 15 meses lhes causou "evidentes perdas de memória".
A OMS (Organização Mundial da Saúde)
recomenda que se espere até 2015 para avaliar o impacto
das ondas de radiação no homem, já que
o telefone celular surgiu com força em 1998, lembra
o investigador.
Segundo o diretor da tese, o catedrático André
Vander Vorst, "as normas atuais de radiação
máxima na maior parte dos países europeus não
são suficientemente rigorosas, exceto na Suíça
e em Luxemburgo".
"Os outros países parecem estar esperando os
resultados dos estudos de 2015", explica Vander Horst,
que é a favor de normas mais rigorosas, mesmo antes
de ser provado que a radiação emitida por celulares
é perigosa para a saúde. Segundo a OMS, até
o momento não há comprovação científica
de que esse tipo de radiação cause problemas
de saúde.
O cientista diz que ficou impressionado com a amplitude dos
resultados, mas reconhece que é necessário ser
muito prudente na hora de transferir o resultado desta pesquisa
para o ser humano, já que é preciso levar em
consideração fatores como a morfologia, a pele
e o relógio biológico, dentre outros.
da Efe, em Bruxelas
Folha Online
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