Todas
as polêmicas mudanças promovidas pelo governo
estadual na educação em São Paulo este
ano visam um único objetivo: melhorar a qualidade das
escolas públicas. O Estado mais poderoso da federação
apresenta excelente índices de presença do aluno
em sala de aula e de adequação da idade dos
alunos à série cursada, mas o desempenho nas
avaliações ainda é baixo.
"Queremos melhorar a qualidade, mas sem abrir mão
da baixa taxa de repetência", disse Maria Helena
Guimarães de Castro, secretária de Educação
de São Paulo. É uma tarefa complicada, dada
as dimensões do sistema. O governo estadual é
responsável por 5,5 mil escolas, 200 mil funcionários
e 5 milhões de alunos.
O Estado de São Paulo conseguiu atingir 4,5 pontos
no Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb), elaborado pelo governo federal, que
combina notas e presença na sala de aulas. O resultado
está acima da média nacional, que ficou em 3,8.
Por outro lado, o desempenho dos alunos nas provas de português
e matemática ficou abaixo do registrado por Distrito
Federal, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
No ensino médio, a situação é
mais difícil. A nota paulista ficou em 3,3, ligeiramente
abaixo dos 3,4 da média brasileira. Além de
perder para o Distrito Federal, Minas Gerais e os três
Estados do Sul, as notas das crianças paulistas nas
provas aplicadas pelo governo federal ficaram abaixo também
de Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e até
de Rondônia e Roraima.
Em compensação, mais de 98% das crianças
entre 7 e 14 anos freqüentam a escola em São Paulo,
um patamar invejável para qualquer Estado da federação.
Entre 15 e 17 anos, a taxa de evasão é um pouco
maior, mas a presença chega a 88,5%. No ensino médio,
no qual manter o adolescente na escola é um verdadeiro
desafio, a taxa de presença de paulista está
em 69%, ainda assim bem acima da média brasileira de
47%.
A presença do aluno na escola é um dos efeitos
mais claros da progressão continuada, que evita a repetência,
adotada pelos governos liderados pelo PSDB em São Paulo.
A oposição critica essa política, que,
apesar de estimular a permanência na escola, teria prejudicado
a qualidade. Maria Helena não concorda com o argumento
de que a progressão continuada é o único
fator explicativo para os problemas da educação
pública no Estado. "São Paulo foi o único
a adotar essa política, só que os outros também
não vão bem", diz.
Valor Econômico
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